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Aramis

Colchas-de-retalhos nas trilhas das novelas

Desligando-se do grupo Odeon, que há 3 anos vinha divulgando seus lançamentos, a Som Livre, etiqueta da TV-Globo, está atualmente sendo comercializada através da RCA-Victor, enquanto procura montar sua própria estrutura de vendas e promoção. Com isto, seus discos deixaram de, nos últimos 90 dias, terem a distribuição publicitária que mereciam antes, abrindo para outras fábricas uma brecha para promoção de seus discos - na mesma faixa das telenovelas. Por exemplo, a Phonogram/CBD, que no início editava as trilhas sonoras das telenovelas da Rede Globo, agora está colocando no mercado as sound tracks das produções da Rede Tupi de Televisão. É o caso, por exemplo de "Os Inocentes", novela inspirada na peça "A Visita da Velha Senhora" de Durremantt, e com Claudio Correa e Castro num dos principais papéis. A trilha sonora é uma colcha de retalhos, com temas nacionais e internacionais, sem uma ordenação maior: assim John Barry Moore interpreta a "Abertura"(Dunaway/George C.), defendendo ainda outro tema - "Believe Me Darling", em versão instrumental. Pete Dunaway canta sua composição "Believe me Darling", Garyu Glitter interpreta "Just Fancy That" e o grupo Storis a faixa "Love Is in Motion". Dos nacionais temos Gal Costa ("Do amor Eu Morrerei", Dominguinhos/Anastasia) um ilustre desconhecido chamado biblicamente Mathuzalém ("Tema Pra Juliana", de Rolando Boldrin), Ricardi na versão "Porque Te Amo" (Perche ti amo, de Biazzi/Savio), Cynthia em "Let's Try Again"), Zé Luis em "Até Quem Sabe" (João Donato/Lysias Enio), Renato Teixeira "As Coisas que eu [Gosto]" e Geraldo Vandré em "Canção Primeira". Livro Estudos Literários de Cavalcanti Proença A extraordinária aceitação dos Estudos Literários de M. Cavalcanti Proença, lançados em 1971 pela Livraria José Olympio Editora na Coleção Documentos Brasileiros, impôs agora o lançamento de uma 2ª edição do mesmo livro, em convênio com o Instituto Nacional do Livro, caracterizada entretanto por uma apresentação mais didática, segundo os objetivos da obra. Com o prefácio de Antonio Houaiss, dos Estudos Literários de M. Cavalcanti [Proença] reúnem páginas de crítica literária, estilística e artística de autores em geral brasileiros e suas obras, onde o nível de aprofundamento varia de acordo com a finalidade do escrito, mas onde também a qualidade é sempre a mesma por meios do seu grande e notório saber das coisas nossas e alheias. Ficcionista, ensaísta, mestre da língua de fato e de direito, M. Cavalcanti Proença deixou entre os amigos, alunos e companheiros de ofício as características de um ser quase mitológico, uma espécie de parentesco, em heroicidade, com Macunaíma e Mitavaí, e ao mesmo tempo o exemplo de alguém cujo saber não tinha apenas de grossos livros em longos e indormidos serões. Vinha muito também, e nisso reside inclusive boa parte de sua acuidade crítica, de identificação com os autores e heróis da literatura brasileira ou universal, da sua vivência com os homens, as coisas, os fatos do Brasil percorrido na sua intimidade geográfica e social. Por isto é visível sua simpatia, e por isso seus livros continua fascinando, e não só porque como esses Estudos Literários servem aos estudantes de português ou literatura, do ginásio ao superior, na abordagem dos fenômenos estéticos ou sociais, embora essa 2ª edição tenha sido remangada com vistas exatamente a esse aspecto didático. Assim, [na 1ª parte] do volume agora reeditado, colocam-se os trabalhos do autor de caráter jornalístico e informativo, valendo sobretudo para estudantes do antigo ciclo ginasial e começo do 2º grau, agrupando-se na 2º parte os estudos introdutivos mais densos e mais profundos, já interessando inclusive ao pré-universitário, o superior e até pós-graduação. Em ambos os casos, no entanto, a cronologia serviu de base aos organizadores do volume, tal como já se havia feito na 1ª edição de 1971.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
12
13/07/1974

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