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Cornélio lidera a lista do boom municipalista

Se o prefeito Hermes Rodrigues da Fonseca Filho, de Cornélio Procópio, souber aproveitar a ocasião, poderá fazer com que esse município tenha uma grande promoção nacional, neste ano de 1985. Além de uma já representativa presença política no Estado (inclusive a secretária da Educação, Gilda Poli, e um deputado federal da região), Cornélio Procópio foi escolhido para sediar um projeto turístico de US$ 50 milhões, a "Terra da Mônica", empreendimento do cartunista Maurício de Sousa associado a um grupo canadense, conforme aqui noticiamos, em primeira mão (nacionalmente), há dois meses. Agora, o melhor: Cornélio está, também, em situação privilegiadísima, entre os 500 municípios mais desenvolvidos do Brasil. Entre os municípios na faixa de até 49.999 habitantes, é o sétimo, e, na classificação geral, dos primeiros 30, é o 18º , acima de Poços de Caldas, São Bernardo do Campo e São Carlos, em São Paulo. Tem mais: há 10 anos que se classifica bem no ranking dos municípios mais desenvolvidos, conforme a revista "Dirigente Municipal". Em 1983, figurava no 36º lugar; em 1982, em 116º lugar. Nos anos anteriores, sua posição mudou bastante, mas sempre com destaque: 63º , em 1981; 187º, em 1980; 261º , em 1979; 200º , em 1978; 130º , em 1977; 94º , em 1976; 80º , em 1975; e 168º , em 1974. xxx Como faz há 10 anos, a revista mencionada, publicação do grupo Dirigentes/Visão, realiza um levantamento criterioso e extremamente técnico sobre os 500 municípios mais desenvolvidos do Brasil, entre aqueles com mais de 20 mil habitantes. Dez indicadores são observados para permitir um resultado correto, que mostra não apenas números frios, mas que interpreta, especialmente, os índices de desenvolvimento econômico-social. A qualidade de vida, serviços comunitários e relação bem estar-progresso é que contam para fixar o que seja desenvolvimento, em seus parâmetros. E o Paraná está bem situado, no levantamento, que considerou elementos de 1983/84. 54 dos 310 municípios paranaenses estão entre os 500 mais desenvolvidos (em 1974, a participação do Paraná era de apenas 29). Um número, sem dúvida, estimulante. O estudo do "Dirigente Municipal" é uma excelente forma de sentir os rumos desenvovimentistas do Brasil, em termos municipais, matéria que tanto se discute agora, com reivindicações de maior autonomia ( em termos econômicos), para os municípios. Nos últimos cinco anos, em números redondos, as fatias regionais têm sido as seguintes: Sudeste, 57% da lista; Sul, 37&; Nordeste, 3%, centro-Oeste, 3%. Portanto, em média, de cada vinte municípios de relação, dezenove pertencem às regiões Sudeste ou Sul, uma comprovação da grande disparidade entre o nível de vida das áreas desenvolvidas e subdesenvolvidas do País. E não há lugar para otimismo, em matéria de desequilíbrios regionais. Uma análise temporal de dados do "Dirigente Municipal" sugere que, ao invés de diminuir, eles estão aumentando. A tendência é de expansão, nas participações do Sudeste e Sul, e de contração, nas do Nordeste e Centro-Oeste. Tanto assim que o Sudeste colocou 271 municípios, na lista de 1974, a primeira, e tem, na de 1984 (edição do "Dirigente Municipal" de novembro/dezembro, só agora circulando) apenas 287; o Sul, 166 e 186, respectivamente. De maneira inversa, a fatia do Nordeste caiu de 34 municípios, em 1974, para apenas 13, em 1984, e do Centro-Oeste, de 26 para 14. O Norte decresceu de três municípios, em 1974, para nenhum, na relação atual. xxx Seis Estados do Sudeste e do Sul, possuem mais de 90% dos municípios da lista: São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro. São Paulo consta com 160 cidades, quase um terço da lista. Em 1974, havia bem menos municípios paulistas, na relação dos 500 mais desenvolvidos: apenas 132. Registrou-se, portanto, expressivo crescimento de participação de São Paulo. Os Estados classificados em segundo lugar mantiveram participação mais constante. O Rio Grande do Sul está colocando 86 municípios na lista atual, contra 83, onze anos atrás. Minas Gerais também tem, atualmente, 86 cidades, contra 85 em 1974. Paraná e Santa Catarina expandiram suas presenças, respectivamente, de 54 e 29 municípios, em 1974, para 63 e 37,na lista de 1984, respectivamente. O Rio de Janeiro restringiu sua participação, passando de 36 municípios, em 1974, para 26, na relação de agora. xxx São 63 municípios paranaenses, que tiveram boa performance, dentro dos critérios adotados nesse levantamento do "Dirigente Municipal", através da aplicação de um modelo que pretende aferir a qualidade de vida, nas cidades brasileiras com mais de 20 mil habitantes, e que utiliza dez indicadores - econômico-financeiro (revelam a capacidade econômica do município, com o valor adicionado do ICM, a arrecadação municipal e a receita tributária federal gerada), indicadores de infra-estrutura de serviços públicos (esforços empreendidos pela administração municipal, para atender às necessidades básicas da população) e os indicadores sociais ( que pretendem medir o desenvolvimento, através das quantidades de veículos, leitos hospitalares e profissionais liberais).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Nenhum
23/01/1985

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