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De Heddy ao Lobo, ciranda no Inacem

Heddy Lamar foi eleita, em democrático pleito, para representar o Paraná num importante órgão de classe: o Conarc - Conselho Nacional das Artes Cênicas, criado no final do III Encontro Nacional das Artes Cênicas, recém-encerrado na Aldeia de Arcozelo, Estado do Rio. Heddy Lamar é uma atriz circense que ganhou esse nome devido ao entusiasmo de seu pai pela famosa atriz norte-americana, que foi estrela de um dos primeiros filmes eróticos da história do cinema ("Êxtase"), e, nos anos 30/40, era das mais populares em todo o mundo. Mas não foi só a atriz Heddy Lamar escolhida entre a numerosa bancada do Paraná para integrar o Conarc. O veterano maestro Wolf Schaya, uma espécie de Yul Brynner da operata curitibana, também foi indicado para representar a área do canto lírico nesse novo colegiado. Glauco Souza Lobo, diretor da Fundação Cultural de Curitiba, participou do Encontro, mostrando sua habilidade política. Seu nome é o primeiro da lista tríplice a ser encaminhada pela categoria artística ao futuro ministro da Cultura, com os candidatos à presidência do Instituto Nacional de Artes Cênicas. Carlos Mirand, felpuda e branca raposa política do meio teatral que há 10 anos é o braço direito de Orlando Miranda no Inacem (antes SNT), será o segundo nome, embora pretendesse figurar em primeiro. Quanto à terceira indicação, ainda não houve um consenso. Pode ser que seja o mineiro Jota D'Angelo, atuante homem de teatro em Belo Horizonte e que, se superar divergências internas, entrará com grande handicap. Afinal, o titular do futuro Ministério da Cultura - ao qual o Inacem estará subordinado - será o deputado José Aparecido, mineiro também, uai! Com relação a Carlos Miranda, há um argumento para bombardear sua indicação. Diz um experiente observador da área artística: - "Representa continuismo e continuidade. Pode ter competência, mas está na área há mais de 10 anos e deve dar lugar a alguém mais jovem". Dos paranaenses lembrados, até agora, para quadros do segundo e terceiro escalões, Glauco Souza Lobo, peemedebista de primeira hora e afilhado do senador Enéas Faria, é o que mais está empenhado em conseguir alçar vôos para a área federal. E como seu companheiro de diretoria da FCC, o advogado Carlos Frederico Marés, está também lembrado para ser diretor jurídico da Funai, é possível que a diretoria da Fundação tenha que ser reestruturada, dentro de algumas semanas. Ou seja, Tancredo fará aquilo que o deputado Erwin Bonkoski tanto exigia do prefeito Maurício Fruet: mudar os diretores da FCC. Só que a saída de Glauco e Marés será para cargos mais elevados. E merecidos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
01/02/1985

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