Didático Debret
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de junho de 1979
A museóloga Neide Gomes de Oliveira, da Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya, do Rio de Janeiro, passou uma semana na cidade ajudando a Domínio e Leila Pedroso a montarem a exposição de 129 aquarelas de Jean Baptista Debret (1768-1848), que pela primeira vez, em tal número, deixaram Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, e podem ser vistas numa exposição de sentido didático, como Domínio sabe organizar. Pela sua importância cultural, esta nova exposição patrocinada pelo Badep - e aberta ontem à noite - merece, um registro mais longo - e, antes de tudo, que todos a visitem, pois se trata de uma rara oportunidade se ver os originais de obras únicas, criadas há mais de 150 anos, e que só o idealismo de Castro Maia (1898-1968) possibilitou a reunião num acervo, hoje com 490 aquarelas e 60 desenhos - das quais foi feita a seleção que por 3 semanas estará em exposição no hall do Banco de Desenvolvimento do Paraná (Avenida Vicente Machado, 446). E, coincidentemente, ontem à noite, na Fundação Cultural de Curitiba, houve também a inauguração das pinturas de Sandro Donatello, 34 anos, 14 de atividades artísticas, 5 premiações em salões nacionais. Filho de Oswaldo Teixeira, controvertido como artista e pela sua atuação à frente do Museu Nacional de Belas Artes nos anos 40, Sandro Donatello Teixeira é, na definição do crítico Geraldo Andrade, "um artista que sabe, como poucos, criar um clima dramático para as suas angustiadas personagens e, mais do que isto, transmitir o seu conflito anterior, pessoal ou coletivo".
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