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Aramis

Direito de resposta

Reportando-me ao que foi veiculado, terça-feira, na coluna, sob o título CORTESIA DEMAGÓGICA COM FILMES ALHEIOS, apreciaria imensamente, a bem da verdade, esclarecer o que segue: 1. A MOSTRA INTERNACIONAL DE CURTA-METRAGENS, em Curitiba, foi estabelecida - há quase dois meses - em conversações mantidas com a Sra. Zita Carvalhosa, diretora do MIS/SP. Para que os filmes aqui fossem exibidos (e também, na Cinemateca do MAM/RJ), as três entidades, de comum acordo, resolveram dividir as despesas de transporte, já que os filmes estariam no Brasil por vias diplomáticas, sem qualquer custo de exibição. Despesa de transporte muito baixa, aliás, que não chega a Cr$ 200,00 para cada entidade. Um evento de tamanha importância não poderia jamais ser negado aos cinéfilos curitibanos. Assim, mais de trinta filmes foram programados para exibição ao menor custo possível. 2. O Goethe Institut de Curitiba, parceiro de longa data da Fundação Cultural de Curitiba, apoiou a presente Mostra cedendo-nos, gentilmente, um projetor 16mm, com zoom; isso para uma projeção mais ampla na sala de exibição. Da mesma forma, essa instituição de ensino e cultura apoiou nossos projetos "MOSTRA DE FILMES BRITÂNICOS", realizada em junho/91 no Palácio Avenida, e "PERHAPINESS / PAULO LEMINSKI", em agosto, no Groff. 3. Como pessoa extremamente honesta, educada e cônscia de minhas responsabilidades, em momento algum "tentei envolver" os cineastas Fernando Severo e Fernanda Morini para "lançar obscuramente" seus filmes na Mostra. Conversamos, sim, de maneira franca, cordial e civilizada - como pessoas esclarecidas que somos - quando, então, optaram os mesmos por lançamentos em outras datas e locais a serem estudados oportunamente. 4. A Mostra Internacional de Curta-metragens está sendo realizada no Groff em razão de ser a única sala, por força de legislação (ultrapassada, diga-se de passagem), que pode realizar um evento dessa natureza, com entrada franca, fora das dependências de uma cinemateca. O Cine Luz, embora atendendo essas especificidades, ficou fora de questão, uma vez que, por contrato, segue programação exclusiva da Belas Artes Cinematográfica. O cinema que abriga a presente Mostra pode não ser confortável, mas seus equipamentos, mesmo sendo antigos, são constantemente aferidos pela PARACINE, empresa de assistência técnica e consultoria. 5. Eu, Francisco Carlos Nogueira, sabendo das dificuldades enfrentadas pelos cineastas Fernando Severo, Fernanda Morini e Ingrid e Elizabeth Wagner para finalizarem seus filmes - há quase dois anos parados - solicitei, em maio/91, um levantamento de custos para a consecução de seus projetos. De posse dos dados, eu mesmo pessoalmente, encarreguei-me de buscar os recursos necessários - algo em torno de Cr$ 5.000.000,00. Apresentada a proposição à Diretora-Presidente da Fundação Cultural, Sra. Lúcia Camargo, a mesma de pronto a aprovou, devendo eu, como Coordenador de Cinema, discutir junto ao Diretor Financeiro e cineastas a forma ideal de liberação da verba, a redação e assinaturas de contrato específico. Ficaram, pois, estabelecidas liberações para 06.06 e 06.07.91. É importante ressaltar que o cineasta Fernando Severo, por sua própria vontade, fez saber a todos que não necessitaria integralmente da verba solicitada, uma vez que conseguira patrocínio de uma empresa curitibana. Assim, tudo acertado, pode-se anunciar publicamente, em 07.06.91 a finalização dos filmes "A FLOR", "OS DESERTOS DIAS" e "A LOIRA FANTASMA" - motivo de grande satisfação para mim e todas as pessoas envolvidas nos projetos. 6. Com relação ao Concurso e Roteiros promovido pelo governo estadual passado, do qual, inclusive, saíram os filmes em questão, é bom que se diga que, em momento algum, negou-se a sua existência ou o que foi concedido anteriormente aos cineastas, mesmo porque é do conhecimento de todos que a grande falha foi única e exclusivamente da extinta Embrafilme, que não cumpriu parte do convênio assinado. 7. Sobre o filme "A FLOR", o mesmo foi exibido na Mostra Internacional de Curta-metragens por livre opção das irmãs Wagner, sem qualquer forma de coação ou constrangimento, Elizabeth e Ingrid Wagner, duas pessoas maravilhosas e extremamente talentosas, aceitaram gentilmente o convite feito, tanto quanto Geraldo Pioli, Altemir Silva e Nivaldo Lopes. Solicitamos ao Setor de Comunicação Visual da Fundação que fossem impressos convites especiais para a 1ª exibição de "A FLOR" e no programa, "O CANDIDATO" e "LÁPIS DE COR E SALTEADO". Quem compareceu à exibição dos filmes no domingo (08.09.91), pode conhecer pessoalmente os realizadores, assim como atores e técnicos que participaram dos curta-metragens. Francisco Carlos Nogueira, Coordenador de Cinema da Fundação Cultural de Curitiba. P.S. - A ajuda que a Fundação Cultural de Curitiba determinou que fosse liberada era, realmente, "irrisória" frente ao valor atualizado dos filmes, mas foi graças a essa "irrisória" ajuda que os cineastas puderam finalizar seus curtas e estarem hoje aí participando de Festivais, Mostras e Jornadas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
12/09/1991

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