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Aramis

Doce pássaro da juventude

Nos anos 50 e, pelo menos até a primeira metade da década de 60, eles eram os nomes mais colunáveis da época. Presenças não apenas em registros sociais mas, muitas vezes, também, em notas policiais - decorrências de excessos de velocidade, de consumo alcoólico e de supérfluas demonstrações de coragem e virilidade, em clubes ou festas em sofisticadas mansões. Filhos de famílias conhecidas e abastadas, viveram intensamente seus anos dourados e, da nostalgia do doce pássaro da juventude, em uma reunião informal ocorrida há dois anos, na Sociedade Hípica Paranaense, nasceu a idéia de fundarem um clube. Não apenas para reuniões sociais mas, hoje homens sérios - bem sucedidos executivos, profissionais liberais, empresários e políticos, a maioria casada, filhos, decidiram reagrupar o entusiasmo da juventude em casas mais nobres. E surgiu assim o Clube Ouro Verde, oficialmente fundado a 23 de dezembro de 1976, inicialmente numa fase de cadastramento dos antigos freqüentadores das alegres "turmas" - do Guairacá e Ouro Verde, ambientes hoje desaparecidos - mas já também com algumas campanhas meritórias. xxx A primeira delas - é feita justamente por quem, no passado, se entusiasmava com a velocidade, é a respeito da campanha dos 80 km. Outra campanha foi a da Páscoa para crianças pobres. Adquiriram também duas cadeiras de rodas para serem doadas as crianças do Pequeno Cotolengo. Enfim, vontade de colaborar com a comunidade - que os entendeu e na qual, hoje, são pessoas de crescente destaque. Em simpática circular, distribuída aos associados, trazendo em epígrafe uma citação de Pitágoras ("Meu amigo é o outro eu mesmo"), seus diretores lembram que agora "nossas reuniões têm transcorrido num ambiente cordial e de harmonia mas de inteira franqueza e lealdade, a garra é a mesma das décadas de 50 e 60 porém, mais amadurecidos com o passar dos anos, os assuntos abordados são tratados com o respeito que merecem. Nosso Clube que surgiu da lembrança de alguns companheiros em reunirmo-nos uma vez por ano em jantar festivo, hoje começa a tomar vulto. Aquela rapaziada que, pela sua garra chegou a gerar notícias, são os homens que estão vencendo nas mais diversas frentes em época tão difícil". Decididos a não se limitarem a jantares festivos, seus integrantes querem legar à seus filhos "o conhecimento de que a posse de uma amizade despretensiosa e sincera é conforto e estímulo" e assim, o Ouro Verde surge como uma espécie de clube de serviço alicerçado no simpático "As Mãos Dadas", cujos decalques já se vê em muitos automóveis. xxx Seus sócios, nomes conhecidos e tranqüilos financeiramente, estão imbuídos de bons propósitos. Que, esperamos, ver concretizados.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
13/04/1977

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