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Aramis

Dua obras-primas em cartaz: "1984"e "Koyaanisqatsi"

Nesta semana estrearam em Curitiba dois dos filmes mais fortes a serem incluidos entre os melhores do ano: "1984" (cine Itália) e "Koyaanisqatsi - Universo em Desequilíbrio". Por coincidência, ambas [ambos] foram exibidos há um ano, no I Festival Internacional de Cinema, Video e Televisão do Rio de Janeiro. "Koyaanisqatsi" é um filme único. Sem diálogos, sem uma história tradicional é, entretanto, uma obra-prima em termos de relização cinematográfica. Exibido na 8ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, em outubro de 1984, foi considerado o melhor filme na votação do público. Acumulou premiações em outros festivais. Seu diretor, Godfrey Reggio, americano de New Orleans, que veio ao Brasil no ano passado, já percorreu vários Estados pois aqui pensa em realizar um filme, sobre o qual não adiantou maiores detalhes. Considerando a importância de "Koyaanisqatsi", abrimos espaço hoje para opiniões de críticos a respeito, bem como informações adicionais de seus realizadores. E um alerta importante: uma obra-prima como esta não pode deixar de ser vista. Está em exibição no cine Astor. 1984 DE ORWELL - Realizado no ano passado e tendo participado do I FestRio, "1984" é a segunda versão do romance premonitório de George Orwell (a primeira é de 1956, dirigida por Michael Anderson, com Edmond O'Brien e Jan Sterlling). O diretor é um jovem cineasta, Michael Radford, que também fez o roteiro. A música é de Dominic Muldowney e no elenco estão John Hurt como Winston Smith, Richard Burton (em seu último trabalho no cinema) como O'Brien e suzanna Hamilton como Júlia. Terrível, assustador, "1984", baseado no livro que Orwell publicou em 1948 e que, no ano passado, esteve em grande evidência (felizmente, as terríveis profecias feitas não se confirmaram), é um filme basicamente de denúncia da força do Estado. Na história de Orwell, o mundo está dividido em 3 poderosas nações - Oceania, Eurásia e Lestácia. Em Oceania, o totalitarismo é representado pelo "Grande Irmão", cuja imagem aparece em todas as paredes e nas telas da TV-Espião, que mantém controle sobre os atos mais íntimos das pessoas. O passado é permanentemente reescrito no Ministério da Verdade, suspeita que trabalha com a mentira. Faz duas relações perigosas: com Júlia (Susana Hamilton), por quem se apaixona e com O'Brien (Richard Burton), privilegiado membro do partido único. Desafiando as normas vigentes, enfrentará ao sistema. "1984 de Orwell" é um filme fascinante - como magnifíco é o livro que inspirou. Grandes interpretações, uma narrativa segura numa obra de visão indispensável. NO CINE ITÁLIA. LEGENDA FOTO : O "Grande Irmão" tudo vê, tudo sabe: "1984", uma denúncia do totalitarismo do Estado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Cinema
38
01/12/1985

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