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Aramis

À espera de publicação (I)

Nada menos do que 32 teses de mestrado em História do Brasil, no curso de pós-graduação em História Demográfica mantido pela Universidade Federal do Paraná - considerado centro de excelência pelo MEC - já foram defendidas, aprovadas e, pelo menos 50% delas têm condições de constituir livros de grande interesse. Doze outros alunos do curso de pós-graduação trabalham na fase final de seus trabalhos e, somando-se outros em projetos, há mais de meia centena de um material da maior qualidade, que corre o risco de ficar restrito a meia dúzia de cópias senão for agilizado um programa editorial, uma das preocupações do reitor Ocyron Cunha, já, por sinal deslanchado com algumas edições, mas ainda sem a planificação ideal. Tanto é que, ao que consta, nenhuma das teses dos formados em História Demográfica está com edição prevista - embora alguns dos autores, com muita razão, estejam tentando publicá-las por sua conta e risco. Ou sensibilizar (o que é muito difícil) editoras de outros Estados. Por exemplo:: Ruy Christovam Wachowicz, primeiro professor a apresentar dissertação de mestrado, em 23/8/74, publicou por sua conta o excelente estudo "Abranches: Paróquia de imigração polonesa - um estudo de história demográfica" (107 páginas, 1976, possível de ser encontrado na Livraria Nova Ordem, na Rua Carneiro Lobo). Carlos Roberto Antunes dos Santos (o "Motorzinho"), que a exemplo dos outros professores do Departamento de História da UFP já fez cursos no Exterior, está com sua tese sobre "Preços de escravos na Província do Paraná: 1861-1887", elaborada sob orientação da professora Cecília Maria Westphalen, aprovada em 21/9/74, com 130 páginas, inédita. Basta olhar a relação das teses defendidas nos últimos 5 anos para se perceber o quanto de material importante, para melhor conhecimento de nossa história, permanece restrito a uma dezena de exemplares - quanto mereceriam edições de pelos menos mil a dois exemplares, para circulação principalmente entre os meios universitários. Jayme Antonio Cardoso estudou "A população votante de Curitiba: 1853-1881", um trabalho exaustivo, com dados que ajudariam muito aos nossos políticos e analistas a entenderem melhor o comportamento eleitoral dos paranaenses. Já Ana Maria de Oliveira Burmester, sob orientação da professora Oksana Boruszenko, também teve aprovado, há 5 anos, outro enfoque sobre a população de Curitiba (século XVIII, 1751/1880), com base nos registros paroquiais. Por sua vez, Maria Ignez Mancini de Boni preferiu verificar como se deu a evolução da população da Vila de Curitiba, entre 1865/1785, segundo as listas nominativas de habitantes, enquanto Márcia Elisa de Campos Graf, partindo das listas de classificação para emancipação (1873-1886), em 189 páginas, desenvolveu aquele que é, possivelmente, o primeiro estudo sobre a população escrava da Província do Paraná, numa tese em que altiva Pilatti Balhana foi a orientadora. Pela própria característica do curso - História Demográfica - outras teses elaboradas e defendidas por seus alunos têm o mesmo tema, embora com enfoques muito especiais: assim Elvira Mari Kubo, em 3 de janeiro de 1975, defendeu a sua tese, 125 páginas, sobre "Aspectos Demográficos de Curitiba entre 1801/1850", Maria Budant Schaaf estudou "A população da Vila de Curitiba segundo as listas nominativas de habitantes - 1786-1799", Jair Maquelusse preferiu ver como era a população de Paranaguá no final do século XVIII, enquanto Marília Souza do Valle, em junho de 1976, apresentou sua tese de 126 páginas sobre o movimento populacional da Lapa no período entre 1769/1818". Já Beatriz Teixeira de Mello Miranda em setembro do ano passado, defendeu sua tese sobre "Aspectos Demográficos de Curitiba entre 1851/1880" e Maria Adenir Peraro, a 25 de janeiro último, mostrou o resultado de suas pesquisas sobre "Crescimento Populacional da Região de Maringá". Se muitas das teses se integram em alguns aspectos, há também aquelas de grande originalidade: em 31/7/78, Zulmara Clara Sauner Posse fez uma brilhante apresentação sobre "A população pré-histórica do Litoral paranaense"; enquanto Sérgio Odilon Nadalin, numa da mais volumosas teses já apresentadas - 341 páginas - mostrou a origem dos noivos nos registros de casamentos da Comunidade Evangélica Luterana de Curitiba (1870-1969).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
12/05/1979

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