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Aramis

Executivos, advogados, agentes é que decidem na Usina dos Sonhos

O homem mais poderoso em Hollywood - segundo a revista "Premiere" é um ilustre desconhecido. Nunca seu nome apareceu nos créditos de um filme e este ano pela primeira vez é citado em primeiríssimo lugar: MICHAEL OVITZ. Na linguagem irônica, repleta de farpas e com muitos termos de dificílimo entendimento para que não esteja afinado com o mundo dos show bussines, "Premiére" brinca dizendo que Ovitz é definido ainda pelo "The New York Times" como "Hollywood agent". Realmente, Michael Ovitz é um executivo da área da contratação dos super-astros, responsáveis por carreiras de superstars em suas negociações com as maiores produções. Enfim, um exemplo de como o jogo do poder modificou-se também na indústria dos sonhos iluminados. O segundo nome da lista é do "Disney boss", MICHAEL EISNER, poderoso comandante dos estúdios Disney - hoje num conglomerado de empresas com atuação em vários países e nos mais diversos setores. No ano passado já estava em 2º lugar na mesma lista. Para o terceiro lugar, subiu a dupla Bob Daly e Terry Semel, presidente e principal executivo da Warner Bros - 6º classificados em 1991. O quarto classificado é Rupert Murdoch, adjetivando no ítem referente a posição que ocupava em 1991 com "In the clouds" (Nas Nuvens). A revista explica a designação: assim como Akio Morita (Sony), Alio Tanis, Lew Wasseman (MCA) e Martin S. Davis, Murdoch - um bilionário australiano, comandante de uma rede mundial de veículos de comunicação e lazer, encontra-se numa posição acima de todos os "poderosos" de Hollywood - embora seu envolvimento (s) não seja direto com a indústria cinematográfica. A lista continua com Peter Guber, chairman/Chief-Executivo e Office da Sony Pictures Enterinment (antiga Columbia/CBS), que com uma série de grandes sucessos de público ("Os Donos da Rua", "Hook", "Hudson Hamk" e "My Girl/Meu Primeiro Amor"[)] (*) teve a sua posição elevada do 10º para a 5º posição. Barry Diller - que caiu do 3º para o 6º posição; Sid Sheinberg (presidente da MCA Inc), Stanley Jaffer (presidente da Paramount Communications) e Jeffreey Katzenberg (chairman da Walt Disney Stúdios) são os nomes que se seguem na cabeça da lista. Só em 10º lugar, aparece um ator: ARNOLD SCHWARZENEGGER, o halterofilista austríaco que se tornou o "Mr, Muscle" do cinema de consumo americano e que com os milhões de dólares de "O Exterminador do Futuro II" subiu do 13º para o 10º posição da lista. A seguir, mais cinco grandes executivos de estúdios: Tom Pollock (MCA) Motion Pictures [(]Group), Joe Roth (Fox), Mark Canton (Columbia Pictures), Mike Medavoy (Tristar Pictures) e Brandon Tartikoff (Paramount Pictures). Steven Spielberg, 45 anos, o golden boy do cinema americano, com seu toque de Midas nas produções da Amblin Productions, mesmo com o relativo êxito de "Hoock: A volta [do] Capitão Gancho", caiu da 12º posição que ocupava no ano passado para o 16º lugar. Também Kevin Costner, 14º no ano passado - quando foi o astro-diretor do ano com "Dança com Lobos", passando ao 14º - e isto porque como ator ajudou a fazer "Robin Hood: Príncipe dos Ladrões" ficar entre as maiores bilheterias do ano. Rob Reiner, 40, filho do cineasta Carl Reiner, diretor de vários filmes de sucesso, é uma das presenças jovens na lista: 18º lugar - tendo subido da 26º posição, seguido dos produtores David Geffen (19º) e Jeff Berg (ICM). Como se vê, entre os primeiros 20 nomes dos que detem o poder hoje em Hollywood - e a designação geográfica é apenas um referencial simbólico, já que os negócios do cinema (e todos seus segmentos, televisão, vídeo, CD etc) espalham-se medialmente, especialmente a partir de Nova York - não há muitos nomes conhecidos do grande público. Estes só, começam a aparecer a partir do 23º lugar da lista - o ator Tom Cruise (que no ano passado estava em 16º lugar), 30 anos, especialmente pela cotação de seu recentíssimo "Far and Way", de Rob Reiner - que encerrou o último festival de Camnes. Eddie Murphy, 31 anos, continua a ser comediante de maior popularidade nos EUA, com dois novos projetos - "Boomerang" (para a Paramount) e "The Distinguished Gentleman" (Disney) entra em 24º lugar. O diretor John Hughes, 36 anos, realizador de comédias relativamente inexpressivas ("Gatinhas e Gatões", "Mulher nota 1000", "A Malandrinha") esta melhor colocado que Oliver Stone - 26º lugar (no ano passado, era o 32º), apesar de toda a repercussão de "JKF". Tim Burton, diretor de "O Retorno de Batman" e James Cameron, diretor que usa e abusa dos efeitos especiais em seu filme ("O Exterminador do Futuro", "Aliens, O Resgate", "O Segredo do Abismo") manteve-se entre os 30 mais influentes. Em 31º lugar, Michael Douglas, especialmente por "Instinto Selvagem" (Basic Instinct) - o filme - escândalo pela reação junto as platéias gays neste ano (estréia nacional no próximo dia 12; pré-estréia terça-feira, 29, no cine Plaza). JULIA ROBERTS, 25 anos, "Uma Linda Mulher, é a primeira atriz classificada em "Power in Hollywood": subiu 6 pontos de 1991 atingindo o 32º lugar catipultada por "Dormindo com o Inimigo" e "Tudo Por Amor" ("Dying You) (em reprise, a partir da próxima semana, no Cinema I). Harrison Ford, 50 anos, depois de ter sido o 23º lugar e com posição melhor da época de Indiana Jones, ficou agora em 34º lugar, antecedendo, entretanto ao comediante - diretor Danny De Vitto (que está no elenco de "Batman Return"), Robin Willians ("Hook e "O Pescador de Ilusões"[)] e Mel Gibson. Warren Beatty, 53 anos, continua em queda livre: melhorou de posição em relação a 91 (44º) mas ficou em apenas 40º posto apesar dos milhões investidos em "Bugsy". Peter Dekom, um advogado famoso, na comunidade cinematográfica, conseguiu uma posição (42º) melhor do que Jack Nicholson (44º), Barbra Streissand (45º), Barry Levinson (46º), Martin Scorcese (47º). Significativo dos novos tempos. Jemes L. Brooks, 41 anos, diretor de filmes como "Laços de Ternura" e "Nos Bastidores da Notícia" entrou em 48º lugar, antecipando ao produtor Scott Rudin ("Morando com o Inimigo/Pacific Heights"), o diretor holandês (agora radicado nos Estados Unidos) Paul Verhoeven ("Instinto Selvagem") e o diretor Roberty Zameckia, que faz a série "De Volta Para o Futuro". Jodie Foster, 30 anos, 2 Oscars (o segundo por "O Silêncio dos Inocentes") e agora também diretor ("Mentes que Brilham"/"Litle Man Tate") quase que perdeu para o garotinho Macaulay Culkin, 11 anos, que após "Esqueceram de Mim", se tornou realmente o novo golden boy da indústria cinematográfica americana, aparecendo em 53º lugar (no ano passado, foi o 100º classificado). Diretores como Ivan Reitman ("Os Caça Fantasmas" e ["]Beethovem"), os irmãos Jim e Jerry Zuckners (série "Apertem os cintos..."), Francis Coppola e os atores Dustin Hoffman e Steve Martin ("O Pai da Noiva") apesar de muita fama, ficaram em posições entre 50/70º lugares. Spike Lee ("Febre na Selva" e terminando "Malcom X") e Penny Marshall ("Quero Ser Grande", "Tempo de Despertar", entre os novos diretores antecipam a classificação (73º) do veterano Sydney Pollack, enquanto Robert Redford, 55 anos, ator, diretor e presidente do Sundance Institut of Cinema, sente também um declínio: ficou em 75º lugar, assim mesmo a frente do diretor Richard Donner, atores Sylvester Stallone, Bruce Willis e o diretor John McTiernan. Woody Allen, 55, que no ano passado quase saiu da lista (foi o 91º) melhorou 10 pontos: mesmo com seus "Sombras e Névoas" (Shadows end Fog, em cartaz em São Paulo) atingindo pequeno público, ainda tem um certo poder para controlar seus pessoa trabalhos e ficou em 81º lugar. Presidentes e executivos de estúdios - incluindo as mulheres Sherry Lansing, Rosalie Swedlin e Françoise Gile (ligada ao grupo Crédit Lyonnais) entram no final da lista, que termina com duas curiosidades: John Singleton, 24 anos, o diretor revelação de "Boys N the Wood" ("Os Donos da Rua", 2 indicações para o Oscar) é o 99º e, em último, está Stanley Kubrick, sem um novo filme desde 1987 ("Full Metal Jacket") e ironicamente definido no "status report" da revista como um "auter in exile" (na Inglaterra), onde, longe de todos e de tudo trabalha em segredo - e, ao que consta, atualmente na versão para a tela do romance "O Perfume". Nota Ex-executivo da Columbia, onde produziu grandes sucessos, Peter Guber foi um dos tycoons a se interessar pela vida e morte de Chico Mendes para uma superprodução, que acabou sendo inviabilizada - embora, os direitos para o cinema tenham sido adquiridos por Joffre Rodrigues (no Brasil) e uma produção a respeito esteja sendo desenvolvida atualmente, mas sem filmagens na Amazônia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
07/06/1992

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