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Faltam tradutores oficiais no Estado

Com a morte do professor Jacob Gelbert, há alguns meses, diminuiu ainda mais o quadro de tradutores públicos e intérpretes comerciais em exercício, devidamente registrados na Junta Comercial do Paraná. Hoje há apenas 16 tradutores no Paraná - 12 na Capital e os demais em apenas três municípios: Paranaguá, Londrina e Rolândia. Por lei, a tradução de livro ou documento perante as repartições públicas da União, dos Estados, Municípios, em qualquer instância, Juízo ou Tribunal ou entidades mantidas, fiscalizadas ou orientadas pelos poderes públicos, só tem validade quando feita por tradutor ou intérprete aprovado pela Junta Comercial. Consta que em agosto haverá novo concurso para tradutores, não só preenchendo vários idiomas para os quais não existem tradutores oficiais no Paraná - como hebraico, russo, ucraniano, checoslovaco, holandês, chinês etc. - mas também ampliando o quadro para o Interior. Hoje, qualquer documento que exija tradução, fora de Paranaguá (inglês, dois tradutores: Hélcio de Andrade Torres e Futin Buffara Antunes), Londrina (Miyoshi Ecashira, japonês) e Rolândia (Hildegard Kempf) terá que ser feita em Curitiba. O que, obviamente, traz maiores custos e demora para a aprovação da documentação. Por exemplo, a única tradutora de espanhol, não só para o Paraná mas também para Santa Catarina, é a advogada Dione Maria Gomes Schaitza, também tradutora de inglês - e aprovada pela Junta Comercial desde 1965. A mais antiga tradutora no Paraná é a sra. Sara Augusta Nascimento Resende, dois idiomas de francês e inglês. O francês só tem dois tradutores: Sara e Mario Casanelli. De inglês, há quatro afora Dione e Sara, também Ernesto Essenfeld Traub e Ceslawa Maiczak Nycz (mas que nos últimos anos tem preferido utilizar seu tempo para traduções de livros). Iracema Mair e Mariano Czaikowski são tradutores de italiano. Mariano também é tradutor de alemão, que tem mais um profissional na capital: Carlos Werner Leisner. Kenji Oda é tradutor de japonês e Ahmad Abdul Monbem El Horr, de árabe. Apesar da enorme colônia polonesa, só há um tradutor juramentado: o sr. João Kravzk. Afora estes tradutores devidamente aprovados em concursos públicos (realizados já há muitos anos) na Junta Comercial do Paraná, qualquer livro ou documento oficial só ganha validade se tiver tradução de algum profissional de outro Estado. Durante anos, os emulomentos pagos aos tradutores oficiais eram tão reduzidos que não estimulavam a quem conhece (bem) outros idiomas a se habilitarem a esta profissão. Agora, com novas taxas, há uma compensação mais significativa, o que deverá fazer muitos candidatos. Especialmente para inglês e francês, pois para certas línguas - como chinês ou as do grupo eslavo - ainda continuam a existir poucos especialistas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
08/05/1988

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