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Aramis

Foz ganha a ponte, mas agora quer é o centro.

Sérgio Lobato Machado, 38 anos, empresário em Foz do Iguaçú, não dorme, absolutamente, sobre os louros da (primeira) vitória: confirmado para o próximo dia 20, quinta-feira, a solenidade de lançamento da concorrência, a solenidade de lançamento da concorrência internacional para o projeto de engenharia da ponte Brasil-Argentina, já está assentando baterias para nova campanha: a implantação do Centro Internacional de Convenções. Como presidente da comissão mista que por vários anos lutou para a construção da ponte unindo Foz do Iguacú a Puerto Iguazu, Sérgio Machado quebrou muitas lanças. Fez estudos econômicos e sociais provando a importância da ponte, contactou empresários, autoridades e diplomatas e chegou a integrar oficialmente a comitiva do presidente João Baptista de Figueiredo que foi a Buenos Aires e ali, entre outros assuntos, oficializou a construção da sonhada e acalentada ponte internacional. A ponte terá 350 metros de extensão e cerca de 100 de largura, pois estão prevista quatro pistas, uma ciclovia e uma via para pedestres, afora uma reserva técnica,que poderá servir tanto para uma futura ferrovia ou para ampliação das pistas rodoviárias. Aliás, a colocação de tal reserva foi um dos pontos pelo qual Sérgio Machado mais se esforçou, "pois considerando as perspectivas de desenvolvimento da região em menos tempo do que se espera a mesma, já estará sendo utilizada". Xxx Afora o aspecto turístico, a ponte Brasil-Argentina tem grande significado econômico, pois permitirá uma redução em mais de mil quilômetros para o percurso rodoviário com a capital argentina - atualmente alcançada através de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. De Foz do Iguaçu a Buenos Aires há uma distância de 1.300 km, passando por uma dezena de cidades. O custo previsto da ponte é de Cr$ 1.500.000.000,00, a ser dividido igualmente entre o Brasil e a Argentina, através de um convênio de colaboração já assinado. Agora Sérgio Machado está preocupado com outra reinvidicação de Foz do Iguaçu: recursos na ordem de Cr$ 400 milhões para a construção dos 14 mil metros, quadrados do Centro Internacional de Convenções, que se localizará dentro de uma área amplamente arborizada de 100 mil metros quadrados, entre o aeroporto e o hotel Carimã. Com capital de Cr$ 57 milhões já existe a Companhia de Melhoramentos Cataratas do Iguaçu, com a participação da paranatur, Prefeitura de Foz e 20 empresários, entre os quais o professor Jucundino da Silva Furtado, o poderoso presidente do grupo Banestado. A necessidade de um centro de convenções é, no entender de Lobato, "matéria vencida", haja visto as centenas de páginas de relatórios com números, gráficos e documentos que mostram as imensas possibilidades de Foz do Iguaçu passar a receber no mínimo duas convenções por mês. Esta é, aliás, uma das poucas formas de evitar a falência de muitos estabelecimentos hoteleiros, hoje enfrentando uma séria crise: o custo da gasolina e a inflação galopante fez com que a maior parte dos 100 hotéis existentes em Foz que oferecem mais de 11 mil leitos passassem a funcionar com menos de 50% de sua capacidade. Mesmo na época de férias a ociosidade é grande e uma das opções para evitar que Foz perca sua condição de segundo centro turístico do País está em agilizar os instrumentos para transformá-la em ponto de convenções. Atualmente inexiste qualquer espaço que abrigue reuniões, motivo pela qual as maiores empresas, além das mais diferentes categorias profissionais, não poderem ali realizar congressos, seminários, convenções, reuniões etc. Só o movimento que isto trará, a curto e médio prazo, compensará os recursos a serem investidos na obra. Xxx O governo do Estado, está suficientemente sensibilizadopara a importância da obra. O projeto arquitetônico do centro foi desenvolvido pelo IPPUC e o secretário Fernando Fontana, da Indústria e do Comércio, tem se mostrado cada vez mais entusiasta pela obra. A questão, agora, é convencer os órgãos deferais em especial a Embratur. Para tanto será importante a visita do presidente da empresa, Miguel Colassuono, que, no final do mês, pela primeira vez, virá ao Paraná. Aliás, apesar da importância do cargo que ocupa, até hoje Colassuono não teve tempo de vir reconhecer Foz do Iguaçu, internacionalmente um dos principais pontos de vendas do Brasil. Um programa muito especial está sendo preparado para convencer ao todo poderoso homem do turismo brasileiro da justiça das reinvidicações dos empresários daquela cidade para que o governo também de sua contribuição.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
9
13/11/1980

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