Login do usuário

Aramis

Fullgraf ajudará a mostra dos filmes da Perestroika

Enquanto aguarda dias melhores para poder deslanchar seus projetos mais ambiciosos - como um documentário sobre a energia nuclear e um longa, semi-documentário sobre a vinda do botânico Alexander von Humboldt (Berlim, 1769-1859), que foi um dos primeiros naturalistas a estudar a flora e fauna no Brasil (e do que resultaram vários livros de sua imensa obra), o cineasta e jornalista Frederico Fullgraf, 40 anos, desenvolve projetos mais imediatos. Um deles é um "making off" sobre a produção de telenovelas no Brasil para a ZTR, na Alemanha Ocidental - encomendado pelo interesse que a exibição de telenovelas brasileiras começam a ter naquele país. Há duas semanas Frederico foi convidado pelo Goethe Institut para acompanhar o jornalista e historiador de cinema Hans-Joachim Schlegel, membro das equipes de seleção dos festivais de Berlim e de Oberhausen (curtas), especialista em cinema soviético e do Leste europeu e que, pela quarta vez, vem ao Brasil a convite do Goethe. Amigo pessoal de Frederico, Hans-Joachim fez questão de tê-lo como intérprete em suas palestras, acompanhando a mostra "Os filmes da Perestroika: caminhos para mudanças na Europa do Leste" que inicia amanhã em Curitiba (auditório do Goethe, Rua Reinaldino S. de Quadros, 33, 19h). A palestra de amanhã de Schlegel será sobre a revolução pacífica dos países do Leste - Polônia, Rússia, Checoslováquia, República Democrática da Alemanha, Hungria - ilustrada com vídeos em versão original, como introdução a mostra de curtas premiados em Oberhausen. Entre outros, será apresentado o vídeo "Elegia Soviética" (Sovetskaje Eletija), de Alesandr Sokurov, mostrando uma visão subjetiva dos alunos de Terkovskij sobre a relação Gorbachov-Boris Yeltsin e a história soviética. Generosamente, Hans-Joachim Schlegel convida os cineastas locais para mostrarem seus novos filmes, para análise de uma possível participação em Oberhausen-91. Mas aí vem a questão: o que podem mostrar nossos jovens realizadores que não conseguem terminar seus filmes? xxx Nos dias 4 e 5 serão exibidos 13 documentários, desde "A Mão" (Ruka), que Jiri Trnka (1912-1969), o mais famoso diretor de filmes de animação (com bonecos) da Checoslováquia realizou em 1965 até trabalhos recentíssimos como "Avaria" (Die Panne), da República Democrática da Alemanha, de Klaus Giorgi e Lutz Stuzner, produzido no ano passado. Uma curiosidade para os que admiram o cinema de Istvan Szabó ("Mephisto", "Coronel Redl" e o ainda inédito "Hanussen"): no dia 5 será exibido seu curta (12 minutos), "Um Sonho de Casa" (Alom e Hazrol), que realizou em 1971, mostrando a história da Hungria através da história de uma casa.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
02/09/1990

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br