Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de janeiro de 1974
Após uma temporada de 10 anos nos Estados Unidos, o pianista e compositor Djalma Ferreira voltou ao Brasil e, por insistência de um velho amigo, o comerciante Celso Garcia, gerente do restaurante "A Estância", passou pela cidade, dias atrás, estudando um projeto ambicioso: instalar uma grande boate em Curitiba - até hoje com raras casas de gabarito (a Bugati, de Edson Bertoldi é uma exceção em nossa vazia noite). Pianista e compositor que marcou época nas noites carioca (Drink) e paulista (Djalma), ele começou a estudar música aos 12 anos, quando foi para a Itália e iniciou-se no piano e violino com um professor particular, mas logo desistiu e passou a tocar só de ouvido. Em 1938 compôs sua primeira canção, "Longe dos Olhos", de parceria com Armando Reis e gravada por Francisco Alves e Sílvio Caldas. Em 1940 chegava para ele a era dos cassinos. Esteve primeiro no Cassino da Urca, depois no de Poços de Caldas e no da Pampulha em Belo Horizonte. Tocou cinco anos na boate de hotel Quitandinha, de Petrópolis, logo após sua inauguração. Nessa época formou um conjunto - Chuca-Chuca no vibrafone, Oscar Belandi e Zé Meneses na Inglaterra. Ele no piano. Seu primeiro disco como executante foi "Bicharada" em 78 rpm, onde tocava solovox imitando a voz dos animais sucesso inclusive no Uruguai e Peru. Depois de uma excursão pelo Norte, com Helena de Lima é o guitarrista Nestor, comprou uma casa noturna de passado medíocre, a Osasca e transformou-a no Drink. Em 1963 viajou para os EUA, onde trabalhou 2 anos na Califórnia e 8 em Las Vegas. Explica a volta dizendo: "o povo brasileiro tem mais calor humano, que é o que falta ao americano. Mesmo assim, fui muito bem recebido e aceito lá".
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