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Aramis

Graças ao Bamerindus, nossa música em festival nos EUA

Celso Locher - o Pirata, 43 anos, está em Nova Iorque há 3 meses, oficialmente fazendo um curso de Som & Técnicas em sonoplastia - cadeira que leciona no Curso de Artes Cênicas da Fundação Teatro Guaíra. Só deve retornar no dia 5 de março - e isto porque é funcionário da Procuradoria da Prefeitura de Curitiba e embora sonhe em viver na Big Apple, o salário excelente que tem no município o faz pensar duas vezes antes de deixar Curitiba. Além do mais, a convite de sua amiga Lúcia Camargo, quando esta ocupava a diretoria de Programações de Arte da Fundação Teatro Guaíra, Pirata passou a lecionar no curso de Artes Cênicas - o que aumentou seus vencimentos. Celso Pirata, compositor, múltiplo instrumentista e que desde seus tempos de garoto - nos programas Clube Infantil M-5, que o saudoso Aluísio Finzeto (1917-1978) apresentava na Rádio Guairacá já revelava pendores musicais, há anos sonha em conquistar a América - como alguns brasileiros fizeram. Para tanto, já por quatro vezes, Celso espichou suas férias e licenças na Prefeitura, contando com a colaboração de seus chefes, para permanecer mais um ano em Nova Iorque. Se não conseguir sucesso musical - o que seria, realmente, difícil, ao menos ficou conhecendo os meandros da Big Apple, de forma que no ano passado teve mais uma idéia para aumentar sua já gorda conta bancária: organizar grupos curitibanos interessados em conhecer o lado musical e boêmio da metrópole americana - especialmente os caminhos do Greenwich Village e no Harlem, que diz tão bem conhecer. Por enquanto, Celso ainda não estruturou sua agência de viagens - trabalhando em colaboração com agentes autônomos. Estruturado está seu estúdio de gravação, o Tamborim, para o qual deve trazer agora novos e atualizadíssimos equipamentos de gravação e mesmo instrumentos musicais - ao que informam seus amigos. *** Como deve voltar a Curitiba na primeira semana de março, Celso não estará entre os brasileiros que nos próximos dias 10 e 11 de março deverão lotar o Town Hall, um dos mais sofisticados espaços novaiorquinos, com o I Festival de Música Instrumental Brasileira, que marcará a inauguração da filial americana do selo Som da Gente. Foi só graças ao nacionalismo cultural do banqueiro José Eduardo Andrade Vieira, presidente do Bamerindus, que o casal Tereza Sousa/Walter Santos, donos do selo Som da Gente, poderão fazer um lançamento internacional de seus melhores instrumentistas contratados - entre os quais Hermeto Paschoal, os grupos D'Alma, Cama de Gato, o guitarrista Alemão (Olmir Stocker), o pianista Amilson Godoy, entre outros. Há 20 anos que Tereza e Walter vêm criando para a Umuarama, house agency do Bamerindus, os mais belos trabalhos. Por exemplo, a música que Tereza desenvolveu para a campanha de valorização de cada cidade em que o Banco da Nossa Terra atua foi considerado, no ano passado, a mais bela de todas as peças publicitárias, em sua categoria, por um júri de experts em propaganda. Realizando trabalhos magníficos para o Bamerindus - o último foi o texto que ilustrou o filme institucional em homenagem ao aniversário da cidade de São Paulo - Tereza e Walter merecem hoje a maior credibilidade junto à diretoria do Bamerindus. Como o presidente José Eduardo Vieira é favorável a que se invista em projetos culturais que promovam a cultura brasileira no Exterior - mas é contra o gasto de recursos no patrocínio de importação de produtos culturais - a idéia que o Som da Gente apresentou ao diretor de Marketing e Comunicação, Sérgio Reis, teve aprovação imediata: a realização de um grande festival de música instrumental no Town Hall. Nos últimos anos, o Bamerindus viabilizou vários projetos do Som da Gente - como o terceiro elepê da Orquestra de Harmônicas de Curitiba (produzido artisticamente por Amilson Godoy, com ótimo nível) e o último álbum (duplo) do múltiplo tecladista e compositor Hermeto Paschoal ("Por Diferentes Caminhos") que lançado somente em dezembro foi considerado pela crítica nacional o melhor lançamento instrumental do ano. Agora, nos dias 10 e 11 de março, a melhor música brasileira terá um lançamento especial nos EUA, com um super show - promovido tão cuidadosamente que a Umuarama já está concluindo todas as peças promocionais, incluindo um CD (laser), especialmente para ser distribuído a rádios, disc-jockeys e jornalistas da área musical nos EUA, coast to coast.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
11/02/1989

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