Griffith, aquele que consolidou o cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de agosto de 1989
Para entender até o título de "Bom Dia, Babilônia" é preciso que o espectador saiba algo a respeito de David W. Griffith (1875-1948), considerado o criador da linguagem cinematográfica. Autodidata, realizou a partir de 1908, de cinqüenta a cem filmes anuais para a sua produtora Biograph. Deu aos argumentos um apelo internacional, criando os elementos esparsos que constituem a base da narrativa cinematográfica. Foi o primeiro a utilizar dramaticamente o "close", a montagem paralela, o suspense, os movimentos de câmara. Em 1913, com "Nascimento de uma Nação" realizou o primeiro longa-metragem americano e segundo muitos historiadores, deu base a indústria cinematográfica americana.
Três montagens paralelas de várias épocas: "A Vida Moderna", "A Paixão de Cristo", "A Noite de São Bartolomeu" e "Babilônia" - justamente o episódio no qual os personagens de Taviani (baseado em fatos reais), participaram. Com um custo de US$ 2 milhões - uma fortuna para a época e tendo rodado material que daria para 76 horas de projeção, Griffith foi obrigado a reduzi-lo para 3 horas e 40 minutos.
As filmagens se estenderam por 22 meses e 12 dias. O maior cenário já construído, justamente, as muralhas de Babilônia: 12 quilômetros cercando um espaço no qual se moviam 26 mil pessoas, fotografadas por George William Bitzer. Um elenco imenso, trabalho que envolveu vários assistentes (inclusive Erich von Strohein e Rod Browning), "Intolerância" é um clássico de conhecimento obrigatório a todos que pretendem saber sobre o cinema.
Foi um fracasso de público, não recuperou o investimento mas influenciou cineastas em todos os países nos quais foi exibido.
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