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Aramis

IVON CURI E ATAULFO

No crescimento do mercado fonográfico brasileiro - hoje já somos o quinto do mundo, antecedidos apenas pelo Japão, Estados Unidos, Alemanha e Itália - um dos aspectos mais estimulantes é a descoberta, pelas gravadores, das reedições. Ao mesmo tempo que economicamente atraente para as fábricas - já que não implica em despesas de produção - as reedições possibilitam aos colecionadores completarem claros em suas fonografias ao mesmo tempo que revela para uma nova geração, valores há muito desperdiçados. No campo das reedições é a Continental, que graças [à] inteligência, bom gosto e sensibilidade de João Luiz Ferreti, vem fazendo o melhor trabalho, com a série "Ídolos da MPB", que chega agora no volume 26, com um elepê em homenagem a Ivon Curi (Caxambú, Minas Gerais, 5 de junho de 1926 ou 1929 - já que a vaidade do cantor nunca permitiu precisão da data). Cultor do estilo "Chanssonier", lançado mais de 200 grandes sucessos = entre versões e músicas brasileiras, Ivon Curi, hoje aposentado, dono de um restaurante ("Sambão & Sinhá", RJ) foi um dos ídolos da [Rádio] Nacional, nos anos 40/50. Uma revisão musical de sua obra, como propõe Ferreri, nas 12 faixas desta reedição é das mais interessantes, possibilitando ouvir composições do próprio Ivon, como "É Amor", "Obrigado", "É Vancê", "Vigília", "Humanidade", ao lado de músicas de Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga ("Gauchita"), Caymmi ("Adeus"), José Maria de Abreu/Alberto Ribeiro (e o próprio Ivon) ("Ivon") ("Noite de Lua") etc. Dando grande importância [mercadológica] [às] reedições, a Phongram, infelizmente, não tem a mesma preocupação da Continental em enriquecer os seus relançamentos com textos informativos, com os detalhes que Ferreti sabe fazer. A Phonogram se limita a remontar antigos discos em novas séries "A Arte De ...", "A Popularidade de .." etc.) ou simplesmente reeditar os elepês mais expressivos. Como faz agora com "Ataufo Alves e Seus Sucessos" (Fontana, 6470600, maio/77), disco lançado originalmente em 1963. Ataufo Alves (1909-1969) dispensa maiores comentários: Foi um dos grandes nomes da época de ouro da MPM (1930/40), criador de inúmeros sucessos, cantor famoso por sua elegância e que criou um estilo todo seu. Neste disco, produzido numa fase em que fez vários (e importantes) discos na Philips, temos sambas como "Sei Que É Covardia", "Vida de Minha Vida", "Mulata Assanhada", "Meus Tempos de Criança", "Leve Meu Samba", "Atire A Primeira Pedra", "Ai! Que Saudade da Amélia", "Sai do Meu Caminho" etc. Não preciso acrescentar algo, a não ser a dica: Quem ainda não tem deve correr e não perder a chance de comprá-lo agora. Inclusive porque, afinal, sendo reedição o disco deve custar cerca de Cr$ 60,00.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal da Música
27
31/07/1977

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