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Aramis

Jornal da Música

Pela segunda vez, um estudante curitibano, Gerson Fisbein, 19 anos, consegue uma excelente classificação no festival nacional de música israelita, realizado no Rio de Janeiro. Em 1974, com "Lihiot Ieudi" (Ser Judeu), Gerson obteve o primeiro lugar, com uma diferença mínima de pontos para o primeiro classificado. Dia 30 de outubro, em São Paulo, haverá outro festival de música idish, no qual Fisbein está automaticamente inscrito. No Rio, na semana passada, durante o Festival, foi acompanhado por Nelson ao violão (uns dos fundadores do grupo Maria Déia), flautista Victor e também por um executante de instrumento típico de Israel chamado Tov e duas vozes femininas. Com mais de 30 composições de excelente nível, participante do M. A P.A (inclusive gravou uma música no elepê do grupo), Gerson está tendo chances de aparecer nacionalmente: o seresteiro Silvio Caldas, amigo de juventude de seu pai (o publicitário Maurício Fisbein) quer gravar uma de suas músicas e ele próprio deverá fazer um LP. Numa linha de grande brasilidade, Gerson executa violão e cavaquinho. A letra da música que deu o 2º lugar a Gerson no festival Idish, " Balat" (Silêncio) é a seguinte: Tempestuosas são nossas vidas Repletas de amarguras ante nossos olhos E a sensação do pavor em silêncio Destino amargo que aponta Dor e tristeza semeia. E restou só um pássaro solitário Seu canto ainda não cessou Mas agora ele calou Cessou o canto - suspiro de pesar. A nossa vida ardentemente Devemos saber Levar para uma vereda superior. Novos ventos podem soprar no Movimento de Atuação Paiol, criado há quase dois anos, muita badalação, um disco gravado (mas restrito até hoje ao consumo doméstico), divergências internas e muitos problemas. Uma reunião sincera, com a discussão de métodos e metas de trabalho, foi realizada na noite de terça-feira no Paiol, analisando-se inclusive o espetáculo que José Roberto Oliva montou, com ajuda de alguns amigos, na segunda-feira ("Das escolinhas de arte ao rádio e vice-versa"). Sem rancores, esquecido o passado, o MAPA pode ressurgir em linhas mais sólidas e objetivas. É a nossa esperança. Um dos presentes na reunião, o jovem Paulo Juk, líder do Blindagem (ex-Movimento Parado), garantiu que o seu grupo está preocupado em mostrar músicas de melhor nível, não limitando-se ao supérfluo rock. Embora o espetáculo programado para o próximo fim de semana (Paiol, 18 e 19), tenha o discutível nome de "Rock' Roll", Juk garante que ele e seus companheiros - Alberto Rodrigues e Amaury Stocchero nas guitarras e Marinho Junior (bateria), vão apresentar músicas próprias, onde admitem até a influência de nossos artistas sertanejos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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16/09/1976

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