Leonel, o pintor
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de abril de 1978
Quando Leonel Brayner, 36 anos, chegou em Curitiba, há pouco mais de quatro anos, já gostava de usar as folgas e os fins de semana para, ao som do melhor jazz e da Bossa Nova, pintar os seus quadros. Mas não tinha, ainda, pretensões profissionais. Foi da amizade com Jorge Carlos Sade, também artista plástico, "marchand-detablaux" e, sobretudo, uma pessoa que gosta de estimular talentos, que Leonel se decidiu a disciplinar sua produção. Os primeiros quadros foram colocados em coletivas, outros presenteados amigos e quando Leonel foi transferido - para Salvador, já deixou aqui acertada a realização de uma individual. Que acabou fazendo, em fins de 1976, na galeria do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, com imenso sucesso.
xxx
Nos últimos meses Leonel não parou. Expôs em Salvador e São Paulo e tem mostras programadas para outras capitais. Disciplinando cada vez mais o seu trabalho, numa linha geométrica de grande beleza visual, seus quadros tem merecido muitos elogios. E no dia 11, terça-feira, na Acaiaca, Brayner mostra trabalhos recentes, em individual que tem o catálogo valorizado com apresentação de Mário Cravo Júnior. Que diz, a respeito de seu trabalho: "Leonel Brayner caracteriza sua ação criadora através de um notável perfeccionismo técnico e de uma surpreendente capacidade de sintetizar sua visão plástica, de seu universo interior. Ao marrom natural do eucatex são somados terras e diluído em branco. Na sua temática depurada há uma qualidade especial no tratamento que dá à interpretação do espaço e de como são fixados os objetos de uma maneira frontal, como se sobre eles não agisse qualquer lei de gravidade".
Enviar novo comentário