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Aramis

A mais emocionante das sessões

Já conquistou dois dos mais importantes prêmios internacionais: especial do público em Cannes, no ano passado e o Globo de Ouro, melhor filme estrangeiro exibido em 1989, concedido no final de dezembro pela Associação de Imprensa Estrangeira de Nova Iorque. Fácil, fácil, é o favorito para levar também o Oscar de melhor filme estrangeiro na noite do próximo dia 26 - embora concorra com quatro outras importantes produções (1). "Cinema Paradiso" (em exibição no Cinema I, 4 sessões), também tem outros destaques: no levantamento dos 10 melhores de 1989, promovido pela revista "Studio" (Paris, março/90), está em 3º lugar, abaixo apenas de "Ligações Perigosas" e "Rain Man". E entre os indicados ao Cesar - o Oscar que acontece na França - teve indicações como melhor filme estrangeiro (concorrendo com "Ligações Perigosas", de Stephen Frears; "Rain Man", de Barry Levinson; "Sexo, Mentiras e Videotapes", de S. Sodenberg e "O Tempo dos Ciganos", de Emir Kusturica). Concorre ainda na categoria de melhor cartaz. Philip Noiret - intérprete do velho Alfredo, personagem central, recebeu o Fenix, na segunda edição desta premiação da comunidade européia que destaca os melhores filmes de cada ano. Seguramente, "Cinema Paradiso" estará entre os 10 melhores filmes do ano no 25º referendum que "O Estado do Paraná" publicará em dezembro. Estreando com pouco público, há 10 dias, está crescendo o interesse. Como sua distribuição é da 20th Century Fox - a única das majors americanas que ainda não entrou no mercado brasileiro - de vídeo - reduzida. Portanto, quem ama realmente a arte cinematográfica tem que trocar o comodismo imbecilizante e ir ao Cinema I para conhecer uma obra prima. Um filme-poesia - que a exemplo de "Splendor", de Ettore Scola (que também concorreu em Cannes no ano assado), tem justamente o cinema como temática. Ou melhor: a época de ascensão e a decadência dos cinemas - num filme que ambientado em Giancaldo, uma imaginária aldeia da Sicília, é universal em sua dimensão. Pela importância de "Cinema Paradiso" - como obra de arte, entretenimento e, sobretudo, documento sobre a mudança nas formas de lazer e comunicação, e por ter seu personagem central identificado a um operador - símbolo de milhares de homens que, desde a invenção desta arte-indústria, anonimamente, em todo o mundo, dão sua contribuição para que os sonhos se iluminem em todas as sessões, "O Estado do Paraná", com a preciosa colaboração de Zito Alves Cavalcanti e da Vitória Cinematográfica, através de seus diretores Aleixo Zonari e Levi Possato, promoveu na manhã de quarta-feira, uma sessão especial para os homens que, ao longo de sete décadas, trouxeram sua colaboração do cinema em Curitiba. Numa homenagem centrada no admirável Paquito Morilha, espanhol de boa cepa, que aos 87 anos viu, emocionado, a projeção de um filme que lhe trouxe memórias de toda uma vida: - "É como se eu estivesse ali!" - disse, enxugando as lágrimas, ao final da projeção. Nota (1) Concorrem também ao Oscar de melhor filme estrangeiro: "Jesus de Montreal" (Canadá); "Camile Claudel (França); "Lo que le Paso a Santiago" (Porto Rico) e "Waltzing Regtize" (Dinamarca). LEGENDA FOTO - Paquito Morilha, ao centro (de boné) e veteranos operadores dos cinemas de Curitiba: uma viagem ao tempo nas imagens de "Cinema Paradiso".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
4
11/03/1990

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