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Aramis

Mark, o compositor

De todos os talentos que se integram para a criação de um filme, o responsável pela sua trilha sonora é o último a ser convocado e paraxodalmente o que tem menos para desenvolver o seu trabalho. Apesar disto, são dezenas os grandes compositores que o cinema consagrou desde 1929 quando ele aprendeu a falar e a cantar. Dos americanos Victor Young e Max Steiner, já falecidos,aos franceses Francis Lai e Michel Legrand, muitos maestros-compositores marcaram filmes, muitos inexpressivos, com bancas sonoras inesquecíveis, criando temas que permanecerão enquanto houver sensibilidade e amor. O difícil trabalho de fazer música para cinema (e também para teatro) é o tema da mais interessante das conferências programadas neste Festival Internacional de Música. E um homem com muitas credenciais é que estará, na próxima quinta-feira, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, falando sobre o seu trabalho: Mark Wilkinson, 43 anos, nascido em Paris, filho de mãe francesa e pai australiano, desde os 25 anos residindo em Londres. Diretor musical no Teatro Nacional da Grã-Bretanha, membro dos conselhos musicais da Corte Real e do Teatro de La Ville, Paris, já fez as trilhas sonoras para mais uma dezena de filmes, dos quais os mais famosos são "Se..." (If...), de Lindsay Anderson o melhor filme exibido no Brasil em 1969, e "O Assalariado" (The Ireling, 72, de Alan Bridges) com Robert Shaw e Sarah Miles, Grand Prix de Cannes - 72, lançado no ano passado em Curitiba, no cine Scala. Wilkinson já fez músicas para mais de 80 peças de teatro, sendo que em 1967, quando veio pela primeira vez para o Curso Internacional de Música, foi contratado para criar a música de uma nova montagem de "Artimanhas de Escapino", dirigida por Cláudio Correa de Castro, a convite do então superintendente do Teatro Guaíra, advogado Otavio Ferreira do Amaral Neto. Atualmente, tem trabalhos em tres peças de sucesso na Broadway: "Equus", Love for Love" e "Misanthrope". Tranquilo, simpático, fumando uma carteira de Minister por dia - o estoque de cigarro que trouxe da Inglaterra já acabou - Wilkinson tem participado de muitos festivais de música, viajando por vários países e, homem de seu tempo, admite a influência da música pop, "desde que de boa qualidade" e como bom súdito da Rainha não esconde uma certa admiração pelo trabalho dos Beatles. LEGENDA FOTO 1- Mark xxx Como inexiste qualquer cinema ou entidade cultural na cidade preocupada em relançar os clássicos, a televisão está preenchendo esta lacuna. Ontem, o Canal 4, em sua sessão Coruja Nacional, exibiu "Pindorama", Brasil, 71, de Arnaldo Jabor, que foi projetado no ano passado no cine Scala, sem sucesso. Hoje no Cine Milionário (TV Iguaçu, 23 horas), uma única chance de re(ver) um dos mais elogiados filmes de Roberto Rosselini: "Vanina Vanini". Produzido em 1960 inspirado em famosa obra de Stendhal, este filme lançou no cinema a bela Sandra Milo e Laurent Terzieff - considerado um dos melhores atores de todos os tempos, mas que infelizmente abandonou o cinema. "Vanina Vanini" foi exibido, em programa duplo, no antigo cine Ritz. LEGENDA FOTO 2 - Rosselini
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
18/01/1975

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