Login do usuário

Aramis

Memória Teatral

Beatris Tossim, uma das mais originais e criativas artistas plásticas da nova geração, está também trabalhando em pesquisa: como coordenadora do Museu da Fundação Teatro Guaíra, ainda em fase de implantação, vem desenvolvendo um trabalho amplo - e que, evidentemente, exigirá muitos anos para ser completado: o levantamento, dia dia, nos jornais de Curitiba, a partir de 1880, de todos os registros - notícias, crônicas, anúncios, publicados com relação as atividades teatrais no Paraná. A mesma Fundação Teatro Guaíra já aprovou verba para a edição de um livro do professor Benedito Nicolau dos Santos Filho, abordando aspectos da história do teatro no Paraná. São duas iniciativas em favor de levantar a memória de nossa vida artística - até hoje sem qualquer trabalho de fôlego editado. Ao contrário do Teatro no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Amazonas e Rio Grande do Sul, já com alentada bibliografia. Armando Maranhão, que há anos é o professor da cadeira de História do Teatro no Curso mantido pela FTG, há anos que reúne elementos para uma história de nosso teatro. Há 5 anos, o Professor Newton Stadler de Souza, hoje diretor do Curso de Direito da Universidade Católica, tentou, com um grupo de alunos de comunicação levantar a história de nosso teatro. Duas tentativas válidas - mas, infelizmente, ainda não concluídas. Como muitas outras, que se idealistas e entusiastas pela memória paranaense já planejaram mas acabaram não realizando. Agora, estão nas livrarias os dois primeiros volumes da mais ambiciosa tentativa feita até hoje no setor: "Dicionário Histórico e Literário do Teatro no Brasil" (Editora Cátedra, Rio de Janeiro, volume um, letra A, 338 páginas: volume 2, letra B, 320 páginas. Cr$ 150,00 cada volume). Durante mais de 40 anos o seu autor, Augusto de Freitas Lopes Gonçalves (1896-1968), amazonense, formado em Lisboa, músico, jornalista, crítico de teatro, entre outras profissões, trabalhou no mais exaustivo levantamento de tudo que se refere ao teatro no Brasil: citação de todas as companhias estrangeiras que aqui estiveram, peças montadas nos principais teatros, dados relacionados a autores, diretores e intérpretes, técnicos, etc., coligidos em jornais e arquivos. Com a morte do autor, há 9 anos passados, e só agora iniciando a Editora Cátedra, a publicação da obra - que deverá se estender por mais de 20 volumes, é natural que muitos dados, principalmente sobre nomes contemporâneos, esteja desatualizada. Mesmo com verbetes reduzidos, informações muitas vezes incompletas, trata-se de um trabalho da maior seriedade, esforço de toda uma vida e que se constituirá, quando concluído, em obra indispensável a todos que se interessam pela arte cênica no Brasil. É de se levar a editora pelo desprendimento em publicar uma obra como esta a esperar que os novos volumes sejam editados regularmente, até completar toda a coleção.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
18/08/1977

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br