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Aramis

As meninas de 44 no Colégio Cajuru

A máquina do tempo passou por Curitiba na semana passada. Foi uma nave iluminada pelo encanto dos anos dourados das meninas que nela embarcaram e que, 45 anos depois de terem recebido seus diplomas de ginásio do Colégio Cajuru, decidiram fazer uma nostálgica viagem a um tempo que está presente na memória de todas que durante todo um dia se reuniram. Foram horas de emoção, alegrias de reencontros e muitos sorrisos - especialmente com as surpresas que a comissão organizadora, formada por Maria Stella Mader, Jacyra Mauad, Dulce Rocha, Thereza Lacerda, Dulce Gomes de Sá e Neusa Largura (todos nomes de solteiras) soube organizar. A turma de 1944 do Colégio Cajuru era formada por 39 semi-internas e 30 internas. Das semi-internas, foram localizadas 32. Religiosamente, as rememorações começaram com uma missa no colégio ao som de cantos como "Com Minha Mãe Estarei", "Coração Santo" e outros. Depois, uma visita a gruta do colégio - a alameda hoje sem os cedros que eram a bucólica paisagem de cinco décadas passadas. O melhor da festa aconteceu à noite, em jantar no Hotel Mabu - de propriedade do marido de uma das ex-colegas, Jacyra Mauad Abujamra. Ali uma grande surpresa: painéis retrospectivos com as fotos de todas e gozações oportunas, entremeados de páginas de revistas de 1944 com ilustrações de reportagens e publicidades - vestidos, maiôs, cabelos, ternos masculinos - tudo da época. Um organista cuidou de um repertório apropriado - com standards como "Night and Day", "Begin the Begine", "You'll never Know", "Silboney", "Moonlight Serenade" entre mais de 50 músicas que embalaram sonhos e romances - lembrados pelas próprias meninas de 1944 - hoje respeitáveis avós, nomes conhecidos da sociedade. Entre sorteios de lembranças e de um quadro de Déa Catarina Reichmann - uma das meninas de 1944 - um dos momentos mais aplaudidos foi o discurso de Maria Thereza Lacerda. Bibliotecária, pesquisadora, autora de vários livros e trabalhos sobre aspectos da Lapa e Curitiba. Maria Thereza esmerou-se em sua participação: mais do que um discurso apenas nostálgico, seu humor, a reconstituição de uma época desta cidade sem portas e a forma sensível com que soube colocar em suas palavras - arrancaram aplausos e muitos sorrisos - das colegas, seus familiares e convidados que participaram de um jantar com toques dignos de "Peggy Sue, o Passado a Espera" (Peggy Sue Got Married, 1986), o terno filme de Francis Coppola, que a "Globo" apresenta nos próximos dias - e que também é de uma mágica viagem ao passado nas memórias de uma mulher sensível.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
17/12/1989

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