Login do usuário

Aramis

Mórmons compram cinema

o exibidor Albano Wollmer está negociando com os dirigentes da missão Mórmon em Curitiba a venda do Cine Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Não foi ainda divulgado de que maneira aquela ordem religiosa americana - oficialmente denominada Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias - pretende utilizar o grande imóvel que é ocupado pelo cinema, há 9 anos, na proletária comunidade, mas, naturalmente, não será explorá-lo como cinema profano. Com isso, Curitiba perderá mais uma casa de exibição. *** Já se tornou até noticiar as últimas sessões de cinema de bairros e pequenas cidades, onde a atividade de exibição torna-se, cada vez mais, antieconômica. Cinemas esvaziados pela concorrência da televisão exigências do Concine que desestimulam pequenos exibidores e criação de novos hábitos de lazer da população, provocam a crise. Só em Curitiba, nos últimos 10 anos, uma dezena de cinemas encerrou suas atividades: Marajó, no bairro do Seminário; Guarani, no Portão; Picolino, no Juvevê; Ahú, Mercês, Bacacheri; Primavera, no bairro do Umbará, Ahú e o Flórida, na Rua Marechal Floriano. O veterano Morgenau, a mais antiga casa de exibição da cidade, propriedade do bravo Jorge Santos, sobrevive capengando, mais por idealismo de seu responsável do que por lucro. O Ribalta, no bairro do Bacacheri, onde o germânico João Lindolfo Beckmann investiu todo o seu patrimônio, funciona com dificuldades, contribuindo para a queda dos cabelos de seu nervoso proprietário. *** O Concine, órgão burocratizado em termos de defesa do cinema brasileiro, deveria, em conjunto com a Embrafilmes, patrocinar uma série pesquisa sócio-econômico, para analisar o comportamento dos espectadores, em especial dos que freqüentam (vam) as salas de bairro ou nas pequenas cidades. O hábito do cinema, como diversão maior, cultivado durante tantas décadas, vai desaparecendo, fazendo com que um vasto circuito entre em crise. CARICATURAS DE KARL A exposição "Caricatura de Karl Arnold" (9 de março a 4 de abril, no hall da fundação Cultural) proporcionário a muitos conhecerem um representativo artista alemão, com uma série de 70 desenhos que saíram, originalmente, na revista satírica "Simplicissimus", de Munique. Numa combinação pouco freqüente de qualidade artística e sutileza política, Karl Arnold retratou a República de Weimar, em seus curtos 14 anos de duração e dos quais apenas seis foram mais ou menos dourados, denunciando com suas caricaturas e textos o que os alemães faziam com a sua República. Antes de tudo um artista, Arnold não se sentia comprometido com nenhum partido ou ideologia. Adotou uma posição decidida com respeito aos acontecimentos políticos, sociais e culturais de seu tempo, preocupado com a exatidão, característica que conferiu uma grande dose de autenticidade a seu desenhos. *** A mostra de caricaturas de Karl Arnold vem a Curitiba em promoção do Goether Institut.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
04/03/1978

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br