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Mundo Musical

O saxofonista e pianista Victor Assis Brasil estará pela terceira vez em Curitiba na sexta-feira, para uma única apresentação no Guaíra. Anteriormente, Victor esteve, em 1967, numa única noite na Reitoria e há 2 anos, junto com o executante de harmônica Maurício Einhorn, em temporada de 3 dias no Guairinha. Seu concerto de sexta-feira junto com o baixista Paulo Russo, bateirista Paulo Laijão e guitarrista Hélio Delmiro, se afigura como um dos mais importantes eventos musicais deste semestre. Victor, é bom lembrar, é o único músico brasileiro que há 10 anos insiste em viver exclusivamente do jazz. *** O Instituto Nacional da Música, a exceção da Rede Nacional de Música (erudita), já implantada desde abril - e que inclui concertos do Trio de Câmara em Curitiba (7 a 9 de junho) e da violinista Maria Vischnia em Londrina (dias 8 e 9 de junho), inclui agora em sua programação a Rede Nacional de Música Popular, coordenada pelo compositor Dori Caymmi. Seu objetivo, diz o presidente do INM, maestro Marlos Nobre, "é dinamizar a vida musical nas diversas regiões do território nacional através de contatos intensivos entre músicos, estudantes e públicos em geral". Abertas a músicos de todo o País, as inscrições poderão ser feitas por cartas a INM-Funarte (Avenida Rio Branco, 199, Rio de Janeiro). Eis uma oportunidade para os artistas da terra, em busca de uma profissionalização, como João Tatara, Celso Locker, Marinho, Victor Bass e outros. *** E falando em música, graças a ajuda do empresário Athayde Guimarães - e a boa vontade de Ricardo Labatut, administrador do Paiol, aquele teatro está saindo da letargia que o caracterizava há mais de um ano. Após as temporadas de Carlinhos Lyra e Cesar Costa Filho, e a reprise de "diário de Bordo", o compositor Luiz Gonzaga Júnior ali estréia, sexta-feira, para curta temporada. De 25 a 27 de 1973, Gonzaguinha ali esteve, levando um público de 506 espectadores. Agora, bem mais conhecido (seu último lp, "Moleque Gonzaguinha", Odeon, abril/77), está merecendo muitos elogios), deverá atrair uma faixa mais numerosa. E nos dias 10 a 12, a dupla Burnier & Cartier, talento maiores embora ainda desconhecidos. *** Uma triste notícia: o saxofonista Paul Desmond foi encontrado morto, segunda-feira á noite, em seu apartamento na cidade de Nova Iorque. Nascido em São Francisco, no dia 25/11/1924, Desmond estudou música na Universidade Estadual de São Francisco. Durante a II Guerra, tornou-se companheiro de pelotão do pianista Dave Brubeck, com o qual, terminada a guerra, formou um octeto. Em 1951, transformou-se em quarteto - Dave ao piano, Desmond no sax-alto, Gene Wright no baixo e Joe Morello na bateria. Autor de "Take Five"- primeiro disco instrumental de jazz a vender mais de um milhão de discos - Desmond recebeu o prêmio dos críticos da revista "Down Beat" (1953) e o "Metronome Poll Award"(1955-56). Gravou mais de 100 elepes e o último de seus trabalhos a aparecer no Brasil foi um álbum de jazz aqui lançado em 76. Desmond, que trabalhava num livro sobre a história do quarteto de Brubeck, não deixa família e o seu corpo será cremado. SIMÕES, O MÃO-FECHADO O sr. Jayme Simões, diretor financeiro do Departamento de Estradas de Rodagem, contabilizou já em alguns milhões de cruzeiros a economia proporcionada ao órgão, desde que tomou algumas medidas simples mas eficazes, como melhor utilização dos veículos, controle das máquinas xeros e dos telefonemas interurbanos. Com a experiência de muito anos na administração de grandes orçamentos - inicialmente na Copel, depois no DER, Jayme Simões não se importa com a fama de "mão fechada". Ao contrário, quando se trata de bem administrar faz questão de ser rigoroso. No controle das máquinas Xerox, constatou que as mesmas serviam até para duplicar edições importantes da revista "Playboy" e fazer cópias de raros livros de técnicas de xadrez. Os telefonemas interurbanos estão controlados, não só em Curitiba mas também nas "residências". Há algumas semanas, estranhou a conta elevada sob responsabilidade de um determinado engenheiro residente no Interior e pediu explicações. A resposta, foi simplória: "Telefonemas a cidades vizinhas, no interesse do serviço". Simões devolveu o processo com uma indagação: -Gostaríamos de saber desde quando Fortaleza, Brasília, Manaus e Rio de Janeiro "são localidades próximas" a essa residência. O advogado Ricardo de Quadros Cravos assumiu ontem, em Brasília, a chefia do setor de comercialização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Um dos principais cargos executivos da EBCT, o setor de comercialização terá gora em seu comando um curitibano de 34 anos, que, nos últimos 10 anos, somou experiências em múltiplas funções: mercado de capitais, publicidade (Nortom) e iniciativa privada (Irmãos Campos Hidalgo, Móveis Cimo) etc. Nos últimos 6 meses, Ricardo desenvolvia as funções de diretor de comercialização e marketing de Móveis Cimo e, com o seu desligamento da empresa, parte das funções foi absorvida pelo ex-publicitário Napoleão miranda Júnior. Ex-assessor do PDC, com grande vivência política, Ricardo Cravo é também professor de vendas e marketing, área em que, também chegou a assessorar a múltipla Propaganda em vários projetos. BEATRIZ, A HISTORIADORA A professora Maria Beatriz Nizza da Silva, na cidade desde segunda-feira para lecionar "História Social" no Curso de Maestrado em História do Brasil, da Universidade Federal do Paraná - considerado "Centro de Excelência" na área, pelo conselho Nacional de Pesquisas - é autora da vários livros, entre os quais "Cultura e Sociedade no Rio de Janeiro" (1808-1821), volume 363 da básica coleção Brasiliana (Companhia editora Nacional, 246 páginas, Cr$ 38,00), lançado há poucas semanas. *** Licenciada em História e Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa (1961), Maria Beatriz obteve, na Universidade de São Paulo, o título de Doutor em Filosofia (1967), o de Livre-Docente em Teoria da História (1973) e o de professor Adjunto na mesma disciplina (1976). Em seu imenso curriculum destacam-se ainda, os itens de bolsistas da Aliance Française de Lisboa (1956), da Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado de São Paulo (1964) e da Fundação Calouster Guibenkian de Lisboa (1965-66) e do governo francês (1968-69) . No ano passado, ainda com ajuda da FAPESP, iniciou pesquisa sobre o primeiro jornal baiano, Idade d`Ouro do Brasil", que em breve será editado em livro. *** O Curso de Mestrado do Departamento de História da UFP, hoje de prestígio internacional, tem trazido a Curitiba nomes da maior expressão, não só do Brasil mas também do Exterior. E os trabalhos desenvolvidos por seus alunos - todos obrigados a puxadas de 8 horas diárias - se constituem em manancial de informações sobre múltiplos temas, a maioria voltado ao Paraná - os quais, se houvesse uma imprensa universitária atuante, mereceriam serem editados. Infelizmente, ficarão restritos a poucas cópias.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
01/06/1977

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