MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de fevereiro de 1973
Cantor de origens humildes (ex-motorista de táxi em São Paulo), Francisco Petrônio (foto) firmou seu prestigio popular como seresteiro, a partir de 1961, quando começou a atuar nas emissoras Associadas, em São Paulo. Numa época em que poucas artistas voltavam-se para a Seresta tradicional Petrônio apareceu muito bem. Seu primeiro disco, um 78 rpm com "Agora" e "Não Me Fale Dela" vendeu o suficiente para que a Chantecler lhe dedicar um lp. Mas no ano seguinte, em companhia do produtor e compositor Palmeira (Diogo Mulero 1919-1964), que o havia lançado, transferiu-se para a Continental, onde encontra-se há 10 anos. Ali anualmente faz álbuns de grande aceitação popular - desde suas interpretações de músicas italianas das décadas de 30-40 ("Um Brasileiro na Itália", dois volumes) até a nostálgica série "O Baile da Saudade". Infelizmente, nos últimos anos Petrônio vem se afastando de sua linha criativa de seresteiro, buscando o sucesso fácil e imediato, com a gravação de versões de "hits" do momento os quais, embora interpretados corretamente, não se ajustam a sua voz de homem maduro (50 anos, a serem completados em 1973) apropriado ao estilo que lhe abriu as portas do sucesso e lhe permitiu trocar o ponto de táxi (por sinal, seu primeiro lp chamava-se "Cantando no ponto", Chantecler-1961) pelo show bussines", faturando bem principalmente no interior de São Paulo. Neste volume 2 de "A Personalidade de Francisco Petrônio" seu repertório oscila desde a clássica "Camélia" de domínio público, até uma versão Mauro Sérgio fez para "The End" de Jimmy Krondes SiSD Jacobson, passando por clássicos como "Fascinação", aproveitando o sucesso do tema de "The Godfather" e, principalmente, lançando uma série de musicas da nova dupla Carlos Cezar-Alexandre Cirus. Um lp para o seu público mas que nada acrescenta a sua carreira.
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