Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de abril de 1973
Com relação a versão sempre me ocorre uma reportagem que saiu na revista "O Cruzeiro", Há mais de 20 anos, quando a revista associada era o principal seminário de atualidades (ilustrado) de alcance nacional: "Acabamos com as versões: músicas estrangeira traduzindo é abacaxi". A matéria baseava-se, evidentemente, numa entrevista com um famoso compositor, não me lembro quem, mas que estava preocupado com a invasão de sucesso internacionais, disputando o mercado com a nossa MPB. Hoje, duas décadas depois, o panorama é mais dramática , e a afirmação continua valida: a boa musica estrangeira, mesmo quando bonita, bem construída, perde muito em sua versão. Na semana passada, Vinícius de Moraes ainda me contava que teme em ver sua música lançadas nos EUA, mesmo quando a tradução é feita por um letrista de nível de Norman Gimbel. E` o pior é que as versões de belas músicas lançadas nos EUA ou na Inglaterra nas vozes de interpretes seguros, corretos, acabam caindo em suas versões em vozes de cantores como Altemar Dutra, Nelson Ned, Agnaldo Thimoteo etc caterva. Por isto tudo é que surpreende a qualidade do álbum de estréia de Franc landi (Polyfar-Pronogram, 2494508, abril-73), num novo cantor que estréia com um álbum constituído exclusivamente de versões. Felizmente os produtores Jairo Pires e Fernando Adour, ampararam a boa voz de landi (foto) em suaves arranjos com a participação de excelentes instrumentistas (como Maurício Einhor, em solos de gaita em "Penso em Você? I Think of You" e "Oh Girl-Meu Mem").
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