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Aramis

Não há estréias, mas bons documentários

Sem novidade no front cinematográfico! Nenhuma estréia e apenas os filmes que continuam em cartaz. Bom para quem ainda não assistiu "A História Oficial", de Luiz Puenzo (que, dependendo de negociações, talvez passe a ser exibido no Luz, a partir de segunda-feira), que ainda está no Itália, enquanto que no Palace-Itália continua a comédia "O Último Americano Virgem", na mesma linha de "A Última Noite de Solteiro" e "Porky's". Ou seja: o sexo na ótica dos adolescentes americanos. No Groff, retorna domingo o excelente "E La Nave Va", de Fellini. Como não há mudanças na programação, quem se interessa por cinema informativo tem, neste final de semana, chance de assistir documentários dos mais interessantes, que fazem parte da retrospectiva organizada por Francisco Alves dos Santos como evento paralelo do I Fórum do Cinema Documentário Brasileiro. No Teatro da Esquina, às 12 horas - e às 14 horas no Cine Groff, hoje, temos um programa formado por "Poty", 1980, focalizando o artista Poty Lazarotto, direção de Valêncio Xavier; "A musa do Cangaço", 1982, de José Humberto, sobre Dadá, mulher de Corisco; "Vida de Mãe É Assim Mesmo?", 1983, de Sérgio Bianchi - premiado várias vezes e "Profissão Travesti", 1984, de Olívio Tavares de Araújo, sobre o quotidiano doméstico dos travestis de São Paulo. No cine Luz, às 16 e 20 horas, "O Homem de Areia", belo documentário que o paraibano Wladimir de Carvalho realizou em 1982 sobre o político e romancista ("A Bagaceira") José Américo de Almeida. No cine Groff, às 16 horas, outro programa de documentários: "O Desapropriado", 84, de Frederico Fullgraff (cineasta paranaense, radicado no Rio), "Cone Sul", 1984, de Enio Staub e João Guilherme Regis e Silva, sobre a repressão política no Rio Grande do Sul e "Patativa do Assaré", 84, de Jeferson Albuquerque e Rosemberg Cariri. À noite, 20 horas - seguido de debate - dois documentários altamente políticos: "Frei Tito", 1983, de Marlene França - sobre o religioso dominicano que se suicidou em Paris, vítima da repressão política e o inédito "Em Nome da Segurança Nacional", 1984, de Renato Tapajós, cineasta e escritor ("Em Câmara Lenta"), perseguido e preso devido este filme no qual denuncia os excessos da revolução de 1964. Para amanhã, outros bons programas. "Jango", 83, de Silvio Tendler, será exibido no Luz às 14 e 20 horas. No mesmo cinema, às 16 e 22 horas, o emocionante "Cabra Marcado Para Morrer", 1964/84, de Eduardo Coutinho - o melhor filme brasileiro exibido no ano passado. No Teatro da Esquina, ao meio dia e no Groff, às 14 horas, o programa de curtas: "Memorando, Ciclo do Recife", 84, de Fernando Spencer (sobre os pioneiros do cinema pernambucano). "Raso da Catarina, Reserva Biológica", 84, de Guido Araújo e "Antártica", 1984, de Lyonel Lucine. Às 16 horas, no cine Groff, "Fala Só de Malandragem", 85, de Denoy de Oliveira; "A Classe Roceira", 85, de Berenice Mendes; "Bajado - Um Artista Popular", 85, de Katia Mezel e Sny Lafonte e "Vianinha", 86, de Jorge Achoa. LEGENDA FOTO - No Groff, retorna "E La Nave Va".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Cinema
11
30/05/1986

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