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Aramis

Nas trilhas do Cinema (IV)

O sucesso dos romance "O Exorcista" e o proíbe não proíbe-proíbe em torno da [polêmica] versão cinematográfica realizada por Willian Friedkim fazem com que cresça cada vez mais o interesse em torno da demoníaca obra. E isto tudo animou a Copacabana a editar no Brasil a interessante trilha sonora criada por Mike Oldfield para este filme - atualmente o maior [êxito] de bilheteria nos EUA e Europa. Inaugurando a representação de uma nova etiqueta - a inglesa Virgir Records, a trilha sonora de "O Exorcista" (Copacabana VRLP 11.928), intitulada originalmente "Tubular Bells", é a revelação de um novo instrumentista compositor, de uma criatividade de que lembra o inglês Rick Wakeman - com que seu "The Six Wives of Henry VIII" (Odeon, 1973), foi a maior revelação do ano passado. Mike Oldfield, de quem, infelizmente, desconhecemos maiores [referências] executou nada menos do que quinze instrumentos na gravação das duas faixas únicas que ocupam as faces deste lp - sendo que a Academia de Artes e ciências Cinematográficas de Hollywood, premiou o trabalho de "O Exorcista" como o melhor som - para o que contribuiu - e muito - a sound track de Oldfield. Assim, para a [música] estranha, diabolicamente ambiental ao tema do filme, ele executa piano, órgão guitarra (base e [elétrica]), bandolim flageolet [além] de cuidar também de uma complexa parafernália de instrumental eletrônico. Dois grupos corais - num deles com a participação de sua esposa, Sally, mais o flautista John Field e o contrabaixista Lindsay Cooper, participaram das gravações na face A, enquanto no segundo tema, houve também a presença do baterista Steve Broughtom. Como escrevemos, dias atrás, a abertura que "O Exorcista" traz em termos promocionais faz com que apareça uma nova faixa de consumo musical - de sons estranhos [fantásticos], na linha proposta, com muita consciência, neste trabalho que ele desenvolveu entre o outono de 1972 e a primavera de 1973, resultando numa trilha sonora das mais interessantes e que tem um lançamento no Brasil quase simultâneo aos Estados Unidos. Já a CBS não se animou a editar no Brasil a trilha sonora original de "Nosso Amor de Ontem" (The Way We Were") de Mervin Hamlisch, com canções do casal Marilyn e Alan Bergman - a música tema foi premiada com o Oscar de melhor canção de 1973 - mas para compensar colocou nas lojas um bonito lp de Barbra Streisand, a atriz de "The Way We Were" e [intérprete] de sua [música] título. Embora o disco de Barbra (CBS 137839, junho de 74) não possa ser comparado a trilha sonora original (CBS KS 32830), não deixa de ser um disco agradável produção esmerada e com sinceros arranjos de Nick DeCaro e Marty Paich. Do filme, temos "The Way We Were", mas no lado B, encontramos [três] outras belíssimas composições de Michel Legrand, com letras do inspirado casal Marilyn-Alan Bergman: "Whate Are You Doig The Rest Of Your Life?", do filme "Tempo Para Amar... Tempo Para Esquecer"(The Happy Ending"), de Richard Brooks; "Summer Me", "Winter Me" e "Pieces Of Dreams" de Carole King é a deliciosa "Beig At War With Each Other" de Paul Simon o "Something So Right, de M. Charmin o "The Best Thing You've Ever Done" de Stevie Wonder "All In Love Is Fair" e de Baird/Miller, "I've Never Been A Woman Before". Encerrando, "My Boddy" (Kahn/Donaldson) e "How About Me" (Irving Berlin). Livro Acompanhe a busca fascinante de Dibs É a estória do desabrochar de uma personalidade forte e saudável, em uma criança anteriormente marcada por profundos traumatismos. Quando esta narrativa começa, Dibs vinha [freqüentando] a escola há quase dois anos. Não falada de modo algum, a princípio. [Algumas] vezes, sentava-se, mudo e imóvel, durante toda a manhã e engatinhava ao redor da sala, absorto em si mesmo e desligado das outras crianças e da professora. Outras vezes, tinha violentos acessos de raiva. Os professores, o psicólogo, e o pediatra da escola estava dolorosamente confusos com ele. Seria Dibs um retardado mental? Teria seu cérebro sofrido alguma lesão quando do seu nascimento? Ninguém sabia. O livro oferece, inicialmente, uma visão daquilo que a autora chama "a busca de si mesmo" e, neste caso, pateticamnente empreendida por um pequeno ser humano atormentado. No final, Dibs consegue emergir como uma pessoa brilhante e talentosa, um verdadeiro líder, como resultado da respeitosa e extraordinária habilidade clínica da Dra. Axline. Dibs em busca de si mesmo é um livro agradável e fascinante para qualquer leitor. Será lido com prazer e especial proveito por todos os pais que estão interessados nas maravilhas do desenvolvimento mental de seus filhos. Também os estudiosos da infância e da natureza normal e anormal da vida mental nele encontrarão [vívidos] ensinamentos. A criança descrita neste livro era, a princípio, muito excêntrica. Entretanto, psicólogos e psiquiatras têm, desde há muito, reconhecido que aspectos novos dos processos típicos e normais do desenvolvimento da saúde mental podem ser obtidos pelo estudo de diferentes e exageradas formas de comportamento que aparecem em indivíduos extravagantes. Pode ser observado que, historicamente, a moderna Psicologia muito deve às análises detalhadas de casos singulares. Nesta relação os primeiros trabalhos de Freud e Morton Price podem ser citados. Não há dúvida de que um dos grandes problemas de nossa época tecnológica, caracterizada por grandes aglomerados populacionais, é a compreensão autêntica das técnicas que possibilitam mudanças duráveis na personalidade e no comportamento. Dibs em busca de si mesmo, como estudo da organização mental e da modificação de atitudes, é importante neste contexto. As pessoas que vierem a ler a compreender este livro jamais poderão acreditar novamente que a Psicologia do crescimento humano, o sucesso na escola, ou a aquisição de complexas habilidades podem ser conquistadas pela mera repetição generalizada ou pelo reforço de simples modelos de respostas. Outra idéia enfatizada neste livro é a de que o tratamento verdadeiramente profundo e efetivo da criança com distúrbios tende a ajudar, de maneira real, a higiene mental do pais da criança. Esta é o reverso da informação tão difundida de que o tratamento clínico bem sucedido dos pais representa, [freqüentemente], a melhor forma de terapia da criança com problemas emocionais. Virgínia Axline. Tradução de Célia Soares Linhares. Capa de Lilian Nabuco. 262 páginas - 1974 - Livraria AGIR editora. Preço Cr$ 25,00. Dibs em busca de si mesmo é um livro agradável ...etc...
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
16
19/07/1974

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