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Aramis

Ninguém segura mais a Pole e Argo Vídeo

No mercado do IV FestRio algumas distribuidoras de vídeos souberam aproveitar a oportunidade de se reunir, durante oito dias, produtores, distribuidores, donos de locadoras, jornalistas e outras pessoas ligadas a comunidade cine-vídeo, todos receptíveis a propostas, ofertas e negociações. Embora faltem dados oficiais dos negócios fechados - ou ao menos encaminhados - durante os dias 20 a 28 de novembro, nos quais efetivamente funcionou o mercado, no 2º andar do centro de convenções do Hotel Nacional, pode-se garantir que muitas novidades surgirão em breve. A Polevideo, através de seus diretores Maurício Goldberg e Denis Edgar Botelho, foi uma das que mais negocios fechou - incluindo quatro filmes de Walter Lima Jr. e "A Dama do Lotação", de Neville de Almeida, com Sônia Braga esplendorosamente nua - antes de sua projeção internacional. Outra empresa que entrou firme no mercado de vídeo e soube aproveitar o FestRio para anunciar seus produtos foi a ArgoVídeo - subsidiaria da ArgoFilms, criada em 1985 por Suresh Ramchandani, nascido no Chile, de família indiana. Em apenas dois anos, Ramchandani já colocou a ArgoVídeo entre as oito empresas de maior faturamento no setor. Suresh começou sua atividade cinematográfica em alto estilo: há dois anos, como distribuidor de "Paris, Texas", de Wìm Wenders, vencedor da Palma de Ouro e Cannes e que abriu o II FestRio. Agora, mostrando seu faro para os bons negócios, Ramchandani está lançando para as videolocadoras a comédia "Os Deuses Devem Estar Loucos", um dos maiores êxitos de bilheteria dos últimos três anos. Assim, antes mesmo que as quase 10 mil cópias de "Os Deuses Devem Estar Loucos" se espalhem pelos vídeos de todo País, a ArgoVídeo já garantiu para 1988 a distribuição da segunda parte deste sucesso, também assinada pelo mesmo diretor da primeira, o sul-africano Jamie Uys. - Nossa política para entrar no mercado, tanto do cinema como do vídeo, nunca será a quantidade, mas a qualidade - diz Ranchandani. - "Assim, após o êxito de "Paris, Texas", a ArgoFilms deu uma parada, pois não encontrei um outro produto que tivesse a mesma qualidade. Agora, além, da segunda parte de "Os Deuses Devem Estar Loucos", vamos distribuir também para o cinema e vídeo "Mission 88", ainda em acabamento, realizado pelos mesmos produtores. Ramchandani acredita que não há crise (" Um bom filme sempre funciona, não existe público que resista") e acredita que a crise pode até trazer alguns benefícios para o mercado, no sentido de levar os distribuidores a apostarem na qualidade. E , naturalmente, é um defensor da regulamentação do mercado de vídeo. - Antes havia apenas um buraco agora já existe um caminho, coisas mais definidas. O carnaval passou, vídeo é compra e venda, tem que haver uma reformulação de mercado. Acho que em quatro ou cinco anos muita coisa já terá mudado. A regulamentação é de interesse geral e uma das maneiras de ajudá-la seria conscientizar o consumidor de que ao aceitar uma fita pirata ele está sendo cúmplice de uma irregularidade. Que os produtos serão melhores com maior fiscalização e de que ele é um aliado importante nessa batalha. Para Suresh Ramchandani, o mercado de vídeo está vivendo um momento novo, com substancial crescimento dos vídeos. Além de "Os Deuses Devem Estar Loucos", partes I e II, a ArgoFilms está também lançando "Emanuelle 5", o mais recente filme da série e "Do Sussurro ao Grito" , uma aventura de terror com o especialista Vincente Price. Sem falar dos filmes que já tem em distribuição, como "O Terror de Um Menino na Selva", "Scorpion", "Medusa, o Barco Assassino" e "Caçada de Espiões em Viena" (Schusse IM 3l4 Takt), de Alfred Weideimann, com Pierre Brice, Terence Hill e Senta Berger.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
8
11/12/1987

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