No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de agosto de 1987
O arquiteto e marchand Waldyr Simões está fazendo escola: seus catálogos-convites que parecem minilivros de arte começaram a ser imitados. A bela e rica Maria Christina Vieira soube investir no catálogo da mostra de gravuras de Salvador Dali e Marc Chagall, que inaugurou ontem à noite na sua ArteEspaço, com apoio cultural do Chase Manhattan S.A.
Dentro de uma programação de trazer o que há de melhor nas artes plásticas, Maria Christina conseguiu a representação do acervo da galeria Place des Arts - Copacabana Palace e assim mostrará, durante um mês, litografias de Salvador Dali e Chagall. De quebra, palestras (em francês, que chic!) sobre estes dois mestres, exibindo ainda um exclusivo teipe que mandou vir de Nova Iorque.
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O catálogo tem textos do professor de estética Roberto Cappareli Figurelli sobre Dali e do arquiteto Jaime Lerner sobre Chagall. O ex-prefeito de Curitiba diz no início de sua poética dissertação: "As letras judaicas, mais do que as de um alfabeto, parecem notas de uma pauta musical, são letras que têm melodia. É por isso que uma pintura de Chagall é ao mesmo tempo um conto de Scholem Aleichem, ou a música de um Violinista no Telhado. Ninguém mais do que Chagall retratou o universalismo judaico, transformando a sua Vitebsk em aldeia universal".
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Embora um grupo de trabalho, designado pelo secretário René Dotti, tenha feito várias propostas para agilizar produções na área do canto lírico, na Fundação Teatro Guaíra, não é verdade que a próxima montagem oficial seja de "A Ópera de Malandro". Embora não faltem personagens...
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Exemplar atitude das irmãs Cardoso - Rosy e Regina, que já deram várias voltas ao mundo e anualmente reciclam-se internacionalmente: considerando o déficit internacional do País, estão dispostas a não viajarem por alguns meses, repassando os dólares que iriam gastar nas viagens para que o ministro Bresser Pereira possa reduzir nossa dívida externa.
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José Gil de Almeida, ex-presidente do Conselho Nacional de Cineclubes, empenhado agora num trabalho bastante político: coordena a edição no Brasil de "O Livro Verde", do líder Khadafi. Em Portugal, "O Livro Verde" saiu trazendo o nome do líder da OLP com a seguinte grafia: Muammar Al Qathafi. Gil está fazendo levantamento de preços para escolher a gráfica que terá o encargo de imprimir milhares de cópias deste volume dividido em três partes na qual Khadafi expõe suas posições políticas.
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Da política ao livro infantil: a religiosa Agir Editora lança um novo livro de Lygia Bojunga Nunes: "Nós Três". É a história de uma menina que, passando férias na casa de uma amiga de sua mãe, faz amizade com um homem. Juntos, os três vivem uma relação intensa e por vezes incompreensível aos olhos da menina. Com 8 livros publicados, Lygia já recebeu o prêmio Hans Christian Andersen, que muitos chamam de o Nobel de Literatura Infanto-Juvenil. E foi a primeira escritora fora da Europa e EUA a receber tal premiação.
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De livros, mais uma informação: a Papirus, de Campinas, acaba de lançar "Física Experimental: Como Ensinar, Como Aprender", de Rubens Pantano Filho e outros professores (156 páginas, Cz$ 330,00). São 26 roteiros para experiências - detalhadamente explicados - introduzindo o aluno na matéria, indicando equipamentos necessários, oferecendo condições mínimas para a realização do experimento e sugerindo o que e como fazer.
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