No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de setembro de 1987
Apesar de acompanhar, dia a dia, as obras de acabamento do Cine Bristol, fechado há quase dois anos para reformas internas e externas, Aleixo Zonari, 46 anos, teve que suspender a reabertura que havia programado para o público, a partir de hoje. Assim, só na próxima quinta-feira, 10, ali estréia "Veludo Azul", de David Lynch. Pena que este filme vigoroso já não seja inédito para uma parte do público: explorado em fita pirada, foi dos mais alugados pelas locadoras da cidade. Algumas, aliás, contrariando a lei, continuam a oferecê-lo ao público.
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A reforma do Bristol custou bem mais do que Vitória Cinematográfica esperava. Orçada em janeiro de 1986 em Cz$ 600 mil, com os Planos Cruzados I e II e a inflação galopante, ficou em mais de Cz$ 8 milhões. O projeto original, desenvolvido pelo arquiteto Rodolf Doubek, sofreu várias mudanças.
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O valor da venda da Casa de Saúde São Vicente para o grupo Golden Cross foi mantido, naturalmente, em sigilo. Mas transpirou agora a importância paga aos herdeiros daquele hospital: Cz$ 120 milhões. Ou seja, uma importância para deixar qualquer cidadão com tranqüilidade para o resto da vida...
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A FUNTEVE também entra no mercado de vídeo: o seu selo vai caracterizar toda uma linha de produção em áudio e vídeo que em breve estará acessível ao público, reproduzindo em fitas cassetes e em VHS boa parte do acervo educativo e cultural da rádio MEC e da TV Educativa do Rio. A FUNTEVE tem um dos mais competentes executivos culturais do País, Roberto Barreiras, ex-FUNARTE, ex-TV Educativa, ex-EMBRAFILME. Gente do ramo!
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Inaugurando sua loja na Praça Rui Barbosa, 513 - no prédio construído no local em que, durante 60 anos, existiu o Colégio Iguaçu - a Balarotti fez uma decoração original: sobre a marquise, manequins mostram operários em trabalho, num bonito visual.
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Na galeria Arte Corrêa, aberta ontem a individual de Antonello L'Abbate, romano, 44 anos, desde 1953 vivendo no Brasil. De curriculum internacional, faz agora sua primeira mostra no Paraná.
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Domingo, às 11 horas, Oldemar Justus, autografa seu novo livro de poesias, "Volúpia", na Livraria Dario Vellozo. Homem sensível, que consegue conciliar atividades empresariais com a vida intelectual, Oldemar fez um livro profundo e sincero, com poemas de uma fase recente.
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Dentro da linha de anarquismo que caracteriza o Cineclube Caos (Caixa Postal 762), Curitiba, sua diretoria editou um número extra de seu jornal para divulgar o livro "Holocausto Judeu ou Alemão? Nos Bastidores da Mentira do Século", do gaúcho S. E. Castan, que embora esteja em sexta edição, estaria sendo boicotado por muitas livrarias e distribuidoras. Naturalmente, a colônia israelita não vê com bons olhos esta revisão polêmica do nazismo.
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E falando em livros polêmicos, pela Papirus está saindo "Amazônia: Monopólio, Expropriação e Conflitos", de Ariolvaldo Umbelino de Oliveira (133 páginas, Cz$ 360,00). O livro discute a questão de saques e entreguismo numa das mais ricas regiões do mundo, apontando os grandes projetos industriais, agropecuários e de mineração implantados na região por grupos estrangeiros e denuncia que a Ferrovia Norte-Sul foi planejada para atender interesses externos.
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