No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de maio de 1988
Carlos Eduardo Chaiben é um animador cultural entusiasta. Já promoveu inúmeros shows e nos últimos meses vem se dedicando a administrar o 418 Bar, nas Mercês, que pretende fazer um centro de atividades artísticas. Assim, ali patrocina uma mostra de Simone Campos, em sua primeira individual.
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Outro jovem animador cultural da cidade é Carlos Pinheiro, que investiu Cr$ 1.500.000,00 numa caprichada segunda edição de "Poe-Nau", de seu amigo Alberto Cardoso. Agora, Pinheiro está tratando de vender a superedição (5 mil exemplares) para publicar outro poeta da madrugada, presença todas as noites no bar do Cardoso: o publicitário (e poeta, naturalmente), Reinoldo Atem.
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Terça-feira, saindo do Palácio Iguaçu - onde foi confirmar ao governador Álvaro Dias a sua disposição de disputar a Prefeitura - o vereador Horácio Rodrigues, recebeu um exemplar de "Poe-Nau" e, na hora, garantiu a Pinheiro a compra de 500 exemplares. "Poesia é preciso prestigiar" disse o candidato do Partido Liberal.
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Horácio Rodrigues também é poeta, acreditem: há 7 anos, seu amigo Enéas Faria, então diretor da Denebe, agência de propaganda do grupo Nasser, editou um luxuoso livro, com capa em veludo, com poemas de Horácio, ilustrados por Luís Carlos Andrade de Lima.
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Em breve, muito breve, Horácio e Enéas estarão disparando farpas longe dos tempos em que discutiam poesia. Aliás, as farpas de Horácio já começaram: ao mesmo tempo que prometia a Pinheiro a compra de uma boa quantidade de "Poe-Nau", dizia: "Eu sou candidato a prefeito mas o meu banco é o da praça". Qualquer alusão a Enéas Faria seria mera coincidência...
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O vice-governador Ari Queiroz também fazendo cirandinha em seu gabinete: agora Astrid Erica Werner substituiu a Edward Nunes de Souza na sua assessoria.
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