Convidado a fazer duas palestras sobre sucesso & trabalho no Hotel Bourbon, no último fim de semana, o médico Lair Ribeiro, brasileiro radicado há quase 20 anos nos EUA, surpreendeu-se com o interesse da platéia. Assim como já havia acontecido anteriormente, quando aqui esteve a convite da Associação dos Empresários da Cidade Industrial, Lair impressionou aos atentos ouvintes, especialmente em relação aos números por ele apresentados de confiáveis pesquisas da Universidade de Harvard, uma das instituições nas quais estudou. Já há editoras interessadas em publicar alguns trabalhos de Lair, cujos textos passam de uma centena lançados nos EUA. Em Curitiba, um dos anfitriões de Ribeiro foi o cardiologista e professor Mário Maranhão. xxx Por falta de espaço, ficou faltando um detalhe informativo em nossa coluna de ontem, onde abordamos a crise provocada pela aprovação de duas senhoras - a vereadora Rosa Maria Chiamulera e a empresária Marina Taniguchi - no Rotary Clube Curitiba - do qual, em protesto, 20 associados se desligaram. No Rotary Clube Curitiba Leste, a entrada de uma mulher, a advogada e poeta Suly Vilarino, autora de "Praia Mansa", não provocou maremotos de indignação. Tanto é que seus companheiros a encarregaram de uma prosaica função bastante identificada às mulheres: coordenar o cerimonial. xxx Por um erro de digitação, um engano: onde se fala em Duarte, como primeiro clube de rotarianos a admitir, em todo o mundo, duas mulheres, nos referimos a "pequena cidade americana" e não "elite" americana como, erroneamente, saiu. xxx Outra correção necessária: domingo, na coluna em que falamos sobre a construção de um espigão de 25 andares em terreno da Caixa Econômica Federal na Praça Osório, houve uma troca de nomes das ruas que fazem frente também ao imóvel: além das primeiras quadras da Vicente Machado e Comendador Araújo, há uma parte frontal com a Rua Visconde de Nacar - e não Visconde do Rio Branco, como, erroneamente, foi publicado. xxx Com exceção dos 10 primeiros minutos, em que apresentou três belíssimos temas "On Broadway" - as músicas de "O Fantasma da Ópera", "Cats" e a eterna "Anything Goes" (de Cole Porter), o espetáculo de Ray Conniff foi na base do revival de seus sucessos dançantes dos anos 50/60. Mostrando notável disposição aos 75 anos, pulandinho no palco e só pegando o trombone para três rápidos solos, Ray foi mais uma espécie de apresentador de programas de auditório dos horários vespertinos aos domingos nas televisões brasileiras, do que um regente instrumentista. Falando um pouco de português (afinal, esta é a sua nona temporada no Brasil), tentando ser engraçado, Conniff gastou quase 10 minutos - que poderia ser musicalmente melhor aproveitado - para fazer algo que o "falecido" Wilson Simonal conseguia (com mais facilidade) em seus shows há 20 anos passados: obter uma "espontânea" participação da platéia, com "lá lá lá" dividindo os espectadores em dois grupos. Lamentável! xxx Entre os 13 músicos brasileiros que acompanham Ray Conniff nas 27 apresentações que está fazendo pelo Brasil, há alguns instrumentistas excelentes. O pianista Amylson Godoy, mereceu os aplausos de seu solo de "Tico Tico no Fubá", com arranjos do próprio Conniff, seu amigo e que sempre o requisitou para diretor musical assistente em suas tournées brasileiras. xxx Dois notáveis saxofonistas paulistas, Proveta e Cacá, que também acompanham a excursão, mostraram num botequim próximo ao Teatro Guaíra, após o show, aquilo que não puderam fazer na apresentação. Entusiasmados com o excelente jazz que Jefferson Gebran (teclados), Tiquinho (bateria) e, especialmente, Boldrini (de longe, hoje o melhor baixista do Paraná, com condições de se apresentar em qualquer palco jazzístico do mundo), Cacá e Proveta deram uma canja notável. Pena que menos de 15 pessoas souberam aplaudi-los. LEGENDA FOTO - Lair Ribeiro: receita de sucesso.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Tablóide

Página: 20

Data: 18/04/1991

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