No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de julho de 1989
Nos pioneiros tempos da televisão do Paraná em que os programas ao vivo eram transmitidos de uma kitchnette do 12º andar do Edifício Tijucas, uma cantora de formação lírica mas que agradava com música folclórica, tornava-se popular perante os poucos curitibanos que possuíam aparelhos de televisão: Rita Eliana.
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A esposa de um fotógrafo, João Schreiber, tendo vivido alguns anos na Áustria, Rita foi uma das primeiras cantoras a se popularizarem entre nós pela nascente televisão. Ganhou até mesmo um programa especial, com cenários turísticos e, mais tarde, seu marido chegou a rodar um musical, em 16mm, no Parque Estadual de Vila Velha, na qual cantava músicas folclóricas. Infelizmente, este material se perdeu.
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Com a morte do velho João Schreiber, dos filhos adultos, Rita Eliana voltou a morar em Viena, onde hoje se dedica apenas às artes plásticas. Participa da Werwetunsgsgessel e com suas telas acadêmicas, de imagens do Sul do Brasil, retratando principalmente bosques e pinheirais, tem encontrado sua sobrevivência artística. Agora Rita está em Curitiba, fazendo uma individual ("Deusa das Florestas", Graciosa Country Clube) que irá até o dia 13. A coordenadora da mostra, Andréa Luciana Lanzuologo, diz que Rita Eliane "possui estilo próprio, sendo que sua pintura é uma mescla da pureza e liberdade de pensamento, o que herdou de sua descendência indígena e do romantismo de sua alma".
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O jornalista Wilmar Klein, coordenador do I Festival de Cinema-Cidade de Curitiba, está tentando convencer a Lúcia Murat a inscrever seu contundente "Que Bom te Ver Viva!". O que não é fácil, pois os elogios da imprensa após a pré-estréia em Gramado foram unânimes e a carreira do filme será em termos internacionais. Já foi selecionado para os festivais Latino-Americano em Nova Iorque (agosto) e o de Toronto (setembro).
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O mercado das artes plásticas cresceu tanto que já estimulou que uma editora (Inter/Arte, Rua Haddock Lobo, 1327, CEP 01414, São Paulo) fizesse um pesado investimento, mas com retorno certo: em três volumes catalogou 46.085 obras e 4.380 artistas, com mais de 3 mil notas e complementos biográficos. Um verdadeiro who's who de um setor no qual corre cada vez mais dinheiro. Muitos paranaenses estão incluídos, só que alguns ainda nem viram a obra. Que custa (3 volumes) NCz$ 320,00 e está sendo vendida pelo reembolso postal.
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Raquel de Queiroz com vários títulos nas livrarias, em edição da José Olympio (192 páginas, capa de Fernando Pamplona) "Mapinguari" reúne 76 crônicas selecionadas de dois livros anteriores - "O Brasileiro Perplexo" (1963) e "As Menininhas" (1976).
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Já a "Obra Reunida" reapresenta seus romances e novelas. O volume um traz "O Quinze", "João Miguel" e "Caminho de Pedras". Num segundo volume estão "As Três Marias" e "Dora, Doralina". Os próximos terão "O Galo de Ouro" e "A Donzela e a Moura Torta" (3); "100 Crônicas Escolhidas" e "O Caçador de Tatu" (4) e, por último, "Mapinguari", "Lampião" e "A Beata Maria do Egito". Como sempre fez a José Olympio, ótimo acabamento: notas introdutórias, belas capas com óleos de Chico da Silva e artigos (e mesmo um poema de Manuel Bandeira) destacando o valor da escritora cearense.
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Outra edição da José Olympio: "Menino do Engenho", de José Lins do Rego, que ao ser publicado pela primeira vez, em 1932, foi a revelação do escritor paraibano que criaria o chamado ciclo da cana-de-açúcar com obras como "Doidinho", "Banguê", "O Moleque Ricardo" e "Usina". Esta é a 42ª edição de "Menino do Engenho" e com ela a José Olympio marca o retorno da obra deste autor àquela casa publicadora, que desde a década de 30 sempre foi quem lançou seus livros.
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A Melhoramentos deve a obras de fundo antropológico, muitas em linguagem simples, parte de seu imenso patrimônio. Afinal, livros como "E a Bíblia Tinha Razão" ficaram anos entre os mais vendidos. Por isto, a editora paulista dá especial atenção a "O Povo do Lago", de Richard Leakey e Roger Lewin (352 páginas), que discute uma questão sempre atraente: de onde viemos e que caminhos percorreu a espécie até chegar ao Homo Sapiens? O livro acompanha as hipóteses levantadas pelos paleontropólogos que aprofundaram suas pesquisas até dois milhões e meio de anos. Os autores expõem neste livro os resultados de anos de pesquisa, fazendo um quadro da evolução humana, das primeiras formas de convívio social, da organização fundamentada a partir da coleta e da caça, da identidade sexual determinando a divisão do trabalho, enfim, muitas das raízes do comportamento da espécie.
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Cada vez mais os (raros) médicos homeopatas são procurados e a cura por esta forma de medicina ganha adeptos. Portanto, "Psique e Substância - A Homeopatia à Luz da Psicologia Junguiana", de Edward Whitmont (Summus, 232 páginas) tem tudo para encontrar a faixa de público para absorver esta edição. Whitmont faz uma abordagem holística, dispondo o leitor a procurar na totalidade dos conhecimentos os instrumentos para a compreensão do ser humano na saúde e na enfermidade. Correlaciona a homeopatia e o medicamento homeopático aos conceitos de psicologia analítica e mostra os pontos de contato entre as manifestações psicoafetivas e os sintomas corporais associados.
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Para completar as dicas de lançamentos, numa edição da Ibrasa: em "O Caminho do Sábio", Sérgio B. de Souza procura explicar o que é o Tao, nome frequentemente encontrado nos clássicos da Antiga China - e que tem sido traduzido de vários modos. Engenheiro apaixonado por esoterismo, Barreto de Souza, 43 anos, em seu livro se valeu dos ensinamentos de Lao Tsé, contidos em "O Livro das Mutações" e, enfatizando o autoconhecimento e o desenvolvimento do caráter para aqueles que desejam iniciar o seu caminho.
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