No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de outubro de 1991
O arquiteto Waldir Simões de Assis Neto programa poucas exposições em sua galeria de arte (Rua Duque de Caxias, 511-A) mas esbanja categoria. A individualidade de Cícero Dias, 83 anos, desde 1945 residindo em Paris, entre os dias 15 de outubro a 8 de novembro, será um dos acontecimentos do ano. Apenas 19 pinturas inéditas, cotadas acima dos US$ 5 mil - mas para o qual a freguesia yuppie de Waldir - já está fazendo reservas antecipadas.
xxx
A exposição tem como padrinho o maior amigo de Waldir, Juarez Machado, que há dois anos o apresentou em Paris. Confiando na competência de Assis, Cícero Dias aceitou fazer uma individual no Brasil, com trabalhos recentes. Compadre de Picasso, (padrinho de sua única filha, Sylvia), Cícero foi contemporâneo de nomes como Di Cavalcanti, Tarsila, Rego Monteiro, Anita Malfati, Ismael Nery, Lasar Segal, entre outros. O catálogo da exposição já vale como um mini livro de arte: 22 páginas em papel couchê de melhor qualidade, reproduções a cores dos trabalhos que estarão em exposição e textos de Juarez, Jacob Klintowitz e Carlos Scliar.
xxx
Apesar da fotografia em alta entre os profissionais do Paraná, nenhum projeto apresentado pelos paranaenses foi selecionado no Concurso Marc Ferrez de Fotografia patrocinado pelo Instituto Brasileiro de Arte e Cultura. Para estimular pesquisa, documentação e aperfeiçoamento dos fotógrafos, o programa de bolsas e trabalho (Cr$ 2 milhões cada) teve 203 candidatos de 13 estados (e mais Argentina e EUA), selecionando Antônio Augusto Fontes, Carlos Augusto Humberto ("O Esquadrão da Morte na Baixada Fluminense), Cláudio Feijó, Jean GuimarãesRosangela Rennó e Pedro Vasques, que com o "Dicionário da Sintaxe Fotográfica". É o único projeto escolhido que aborda a fotografia do ponto de vista teórico, visando preencher uma lacuna na reduzida bibliografia em português.
Enviar novo comentário