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Aramis

No campo de batalha

Afinal, no setor histórico de Curitiba, surge uma nacionalista casa com MPB ao vivo: o veterano Nilo, bom violinista, abriu um simpático bar na primeira quadra da Avenida Mateus Leme, na qual, nos fins-de-semana, o regional de Janguito do Rosário alterna-se com o grupo do próprio Nilo - do qual fazem parte bons músicos: Abrãozinho(cavaquinho), Silvio (violão 7 cordas), Zezinho e Fernando na percussão e mais a crooner Jussara. Designados os integrantes do conselho da Fundação Cultural de Curitiba: Waldomiro Batista Júnior (presidente da Cohab-Ct), Sergio Ritzmann (presidente da Cidade Industrial de Curitiba), Jussara Valentin (da curadoria do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado), Jacinto Torres (?) e o compositor e pianista Henrique Morozowicz. Miecio Caffé, pesquisador dos mais respeitados, desenhista e chargista, foi quem criou a capa para o livro "Orlando Silva, O Cantor Número Um das Multidões" que um apaixonado fã do grande intérprete, Rui Ribeiro, 45 anos, concluiu e que sairá no final de outubro por uma nova editora (Cruzeiro do Sul, 150 páginas). O prefácio é de José Ramos Tinhorão e em complemento a discografia completa de Orlando Silva, levantada há 6 anos por Walter Teixeira Alves, que a editou numa restrita publicação monográfica. Walter Alves é dono de um dos mais movimentados "sebos" de discos em São Paulo, na Praça da Sé, onde possui raridades notáveis. Só que conhecendo a mercadoria com que trabalha, chega a pedir até Cr$ 80 mil por disco 78 rpm. E encontra compradores! Um livro sobre o nosso Litoral, especialmente Morretes: "O Marumbi por Testemunha", de Lúcio da Costa Borges. O lançamento aconteceu há uma semana, no Centro de Letras. Sábado, o cine Groff faz um lançamento nacional: "O Rei da Vela", de José Celso Martinez Correia e Noilton Nunes. Um filme polêmico e explosivo, premiado em Gramado, em 1983 (montagem, trilha sonora, premiação especial do juri e menção especial a Henriqueta Brieba). Para ajudar a badalar a estréia, aqui estarão Zé Celso, Noilton e José Wilker, ator da peça e do filme. Na ocasião será lançada a revista "O Passaporte do Rei" (Editora Escrita), criação de José Celso e Tadei Jungle que conta a história deste filme - que se arrastou por 13 anos. Ontem, no auditório da Universidade Santa Úrsula, no Rio, os 3 anos da morte de Glauber Rocha, foram homenageados com a exibição de um de seus filmes inéditos no Brasil: "Câncer", filmado em quatro dias de agosto de 1968 e terminado quatro anos depois, na Itália. Para poder chegar a ser exibido houve necessidade de fazer uma contratiragem da única cópia que existia e que estava depositada na Cinemateca Brasileira, São Paulo. O interesse dos japoneses pela música brasileira é tão grande que já existem revistas especializadas. Uma delas, a "Revista Latina", acaba de contratar um conhecido profissional na área da MPB, Marco Aurélio Luz de Mello, como correspondente no Rio de Janeiro. Quem desejar enviar material para Marco Aurélio, publicar na revista japonesa, é só lhe encaminhar: Rua Inhangá, 11/601, Copacabana-RJ. Uma das mais simpáticas agremiações de amadores da cidade é o Círculo Cultural de Cantores Brasileiro Germânico Harmonia. Há 28 anos que homens e mulheres da comunidade alemã reúnem-se em sede própria (Alameda Princesa Isabel, 2.191) para entoarem canções folclóricas da velha Alemanha. O aniversário do círculo será comemorado no próximo sábado, com uma animada festa, nas quais participarão três outros grupos vocais: Madrigal Pró Arte, Renascentista e o grupo folclórico do Clube Concórdia. O presidente do Círculo Harmonia é o relojoeiro Carl R. Raeder. Do jornalista Luiz Geraldo Mazza, em sua coluna no "Jornal da Indústria e Comércio" (20/08/84): "O secretário de Cultura e Esporte", com alguma habilidade, tentou faturar a presença do medalha de prata, Douglas Vieira. Como um nadador brasileiro para competir de verdade precisa ir aos Estados Unidos, assim também um judoca, só com muita sorte, pode desenvolver-se fora de São Paulo. A Secretaria é de uma inutilidade pomposa: não alcança a décima parte da atuação dos tempos de Luis Roberto Soares em qualquer dos ângulos que se exame do esporte à cultura. O turísmo, ontem como hoje, é um turísmo, um lugar comum de intenções, onde predomina a vacuidade. Nada se deve à intervenção do poder público".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
14
23/08/1984

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