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Aramis

No campo de batalha

Impressionante a versatilidade de Roberto Gomes, 36 anos, catarinense de Blumenau, 16 anos em Curitiba - embora atualmente na ponte rodoviária entre a nossa cidade e São Paulo, onde faz doutoramento na USP. Começou a publicar contos em 1974, em 1977 lançou o polêmico "Crítica da Razão Tupiniquim" (editora Movimento), que classifica como um panfleto irreverente "destinado a chatear os filósofos nacionais de todos os matizes" e terminou a década com o irreverente romance "Alegres Memórias de um Cadáver" (Cooeditora, 152 páginas, Cr$ 160,00) e recebendo, em São Paulo, um dos prêmios do I Concurso Nacional de Contos Infantis, promovido pelo jornal "Auxiliar", órgão de divulgação das empresas da Corporação Bonfiglioli. Rith Rocha, autora do conto "O Rei que não sabia de nada", recebeu das mãos do ministro Eduardo Portela, o 1º prêmio de Cr$ 100 mil. Roberto Gomes, com "O Menino que descobriu o sol", ficou entre os 10 premiados - e embora o valor financeiro não tenha sido dos maiores, valeu para provar sua capacidade também em escrever para crianças. xxx Um dos aspectos que mais pesaram na decisão do grupo Grafipar para adquirir o equipamento gráfico e o título "Correio de Notícias": com a transferência da rotativa, tecladoras, etc.; para a Rua Jordânia as mesmas passarão a funcionar 24 horas, desafogando as atuais instalações, carregadas pelo número de publicações que a editora da família El Khatb lança mensalmente em todo o País, - e, que duplicará para 2 milhões de exemplares neste ano. xxx O maestro Marlos Nobre, que foi o diretor que implantou o Instituto Nacional de Música, na administração de Ney Braga no MEC, com razões de sobra para passar um fim de ano vendo o reconhecimento público da injustiça que sofreu: ao ser substituído, da forma mais deselegante possível, daquele cargo (após ter, por duas vezes, solicitado demissão, foi demitido quando se encontrava no Exterior. Irritado, não por deixar o INM, mas pela maneira com que se deu a demissão. Marlos, 40 anos - hoje o nome mais expressivo da música brasileira em termos internacionais - pôs a boca no trombone, fazendo denúncias. Agora, após a demissão de Peter Daulsberg, violoncelista, da direção da Sala Cecília Meireles, e próxima substituição do violinista Cussy de Almeida do INM, a imprensa nacional esta publicando fatos que comprovam muito do que Marlos antecipou há quase um ano. A gota d'água que levou Guilherme Figueiredo, presidente da Fundação dos Teatros do Rio de Janeiro, a demitir Daulsberg da Sala Cecília Meireles, foi o elevado custo dos dois concertos regidos por Karl Richter, de Munique, há algumas semanas e, principalmente, os discutíveis critérios no pagamento de cachês aos músicos convocados para participarem da orquestra formada especialmente para as suas únicas apresentações. xxx "Black Emmanuelle" transpôs a década em termos de bilheteria. Enquanto o excelente "Último Tango em Paris", de Bertolucci, não passou de Cr$ 1.500.000,00, este pastiche da série original de Just Jacckin, ameaça chegar aos Cr$ 4 milhões, e mais de um mês de exibição no avenida. Até agora a Censura não liberou o "Emmanuelle", do holandês, Just Jacckin, com Silvia Kristel (a aeromoça de "Aeroporto 80", Condor), que teve duas seqüências com a própria Sylvia. Emmanuelle Arsan, pseudônimo profissional de Marayat Andriane, escritora (a princípio clandestina, condenada), de origem tailandesa, estimulou mais de uma dezena de falsas "Emanuelle", sem falar da cópia nacional "Emanuelle Tropical", (reduzida agora em cópias para super 8, já à venda livremente). Após "Black Emanuelle", de 1976, a atriz deste filme em exibição no Avenida, Laura Gemser, reapareceu em mais 8 produções: "Black Emanuelle Goest East", "Emanuelle Nera Orient Reportage", "Black Emanuelle, White Emmanuelle", dirigida por Brunello Rondi (que já chegou a ser assistente de Fellini), "Confessions of Emmanuelle", "Emmanuelle In Taboo Island" (onde, contracena, até Arthur Kennedy, o "Joe Patroni", da série "Aeroporto"), "Emmanuelle and the Las Canibals", "Emmanuelle in América", "Emmanuele's Holiday e "Sister Emmanuelle". Sem Laura, o mesmo produtor Alberto Thomaz fez "New Black Emmanuelle" e os japoneses rebateram com "Emmanuelle in Tokio", os ingleses com uma comédia, "Carry On Emmanuelle", os franceses com "Jeune Emmanuelle" e, consta até, "Yellow Emmanuelle", versão italiana, declara da ópera de Puccini. xxx Afora, apareceram, em breve, nos registros de nascimento, meninas a quem ingênuos pais darão o nome de "Emmanuelle", pelo visto, o marketing pôde funcionar: já há um instituto de beleza da cidade com este nome e, ironicamente, a construtora Vaticano deu o nome de "Emmanuelle" para um novo edifício residencial cujos apartamentos já estão à venda. xxx Durante janeiro, o suplemento "Fim-de-Semana", que circula às sextas-feiras, em O ESTADO, dedicará edições especiais aos melhores do cinema, música, jazz e teatro, mantendo uma tradição de muitos anos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
6
01/01/1980

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