Mantendo uma tradição, Francisco Alves dos Santos, coordenador de programação da Fucucu - e membro da comissão nacional da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, sempre promove, poucas semanas após aquele evento, a exibição dos premiados em cada Jornada. Este ano, trouxe onze filmes premiados - nove curtas e dois longas já que, pela primeira vez, a Jornada aceitou, na competição, filmes de longa-metragem. Infelizmente não vieram os vídeos premiados bem como filmes exibidos nas mostras paralelas (o mais importante deles "Açúcar Negro", do canadense Michel Regnier, poderá vir se houver a mínima sensibilidade da diretoria da Fucucu em convidar o seu realizador para aqui estar presente). De hoje a domingo, em três sessões por dia (15, 20 e 22 horas) teremos no Groff, os principais filmes premiados da Jornada - um programa indispensável. Hoje serão projetados "Uno, dos eso es", da cubana Miriam Talavera - que dividiu o Tatu de Prata, como melhor curta-documentário com "O mundo pedido de Kozák", de Fernando Severo (que será projetado domingo, junto com "Meninos de rua" de Marlene França e "P.S.W. - Uma crônica subversiva", de Paul Halm e Arnaldo Campos, que recebeu o prêmio OCIC - Troféu Jangada). Nesta sexta-feira, serão exibidos também "Calazans Neto: mestre da vida e das artes", de Agnaldo Siri Azevedo (menção especial e melhor roteiro); "El paso de Yabeeiri", de Túlio Caggi (Cuba) - premiado com o Tatu de Bronze, como melhor curta de animação. Encerrando a programação, o excelente "Memória Viva", de Octávio Bezerra - Prêmio Paulo Emílio Salles Gomes (melhor trabalho de pesquisa histórica, sociológica e antropológica), e cuja importância já nos referimos várias vezes. Para amanhã, sábado, a programação inclui os curtas "O Nariz", de Eliane Caffeh (melhor curta de ficção); "Memória de Canudos", de Conceição Senna (Prêmio Olney São Paulo, melhor filme nordestino); "Imagens", de Ponti (que começou sua carreira na TV-Tibagi) - premiado com o Tatu de Bronze (melhor som, para Zico Santana) e "Terra para Rose", de Tetê de Moraes - que após 6 Candangos em Brasília e o Gran Coral, no Festival de Havana-87, obteve as duas principais premiações na Bahia: o Troféu Glauber Rocha (melhor filme da Jornada) e Tatu de Ouro - melhor filme segundo o júri popular. Infelizmente, ficou faltando um excelente filme, ali premiado - "Um cotidiano perdido no tempo", do cearense Nirto Venâncio (melhor curta, Tatu de Ouro). De qualquer forma, eis uma oportunidade para se conhecer os premiados da Jornada que Guido Araújo realizou em Salvador, de 8 a 14 de outubro último. LEGENDA FOTO - "Memória viva", o mais importante documentário sobre a questão cultural brasileira, premiado no FestRio e na Jornada da Bahia, terá três projeções, hoje, no Cine Groff.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Cinema

Página: 8

Data: 30/09/1988

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