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Aramis

Nossa banana "art novenau"

Para as cenógrafas Licínia Lacerda e Rosa Magalhães, esta filha de Raimundo Magalhães Júnior, da Academia Brasileira de Letras e redator de "Manchete", realizarem a decoração do carnaval carioca, fizeram antes uma pesquisa junto a opinião pública para conhecer a preferência do povo em relação a bichos e frutas. Ganharam o macaco e a banana. Em Curitiba, não foi realizada pesquisa semelhante mas , certamente, estilo preferido não seria o "art nouveau". Assim, Licínia Lacerda e Rosa Magalhães homenagearão a saudosa Carmem Miranda, responsável pelo primeiro movimento tropicalista no Brasil, e ao grande compositor João de Barros, o "Braguinha", que não perde um carnaval desde os anos 30. A parte artística foi desenvolvida a partir da marchinha, que posteriormente foi revivida por Caetano Veloso, "Yes, nós temos banana". Neste clima de ufanismo do trópico, ao som do hino tropicalista (Banana pra dar e vender/banana menina/tem vitamina/banana engorda e faz crescer/vai a França o café/para o Japão o algodão, pois não /pro mundo inteiro, homem cu mulher/bananas para quem quiser) nossa fauna e flora apresentarão este tema, jamais explorado no carnaval carioca. Assim, os caríocas poderão ver a vegetação tropical multicolorida, tucanos, araras, macacos e papagaios em bananeiras, enquanto que nós, curitibanos, temos mesmo que nos contentar com o início do século, com a estilização, com o clima bem europeu. O projeto decorativo carioca pode ser avaliado através de elementos de agrado popular, uma vez que as artistas fugiam aos banais surrados arlequins e pierrôs, partido para a visão de elementos realmente brasileiro, aos invés de apresentar figuras da tão conhecida "Commedie Dell`Art", que nem chegou a existir no Brasil, e não interessa aos turistas e muito menos ao povão. ____________________________________________________________ Com a presença de Luiz Celso Piratininga, presidente da Comissão Organizadora do III Congresso Brasileiro de Propaganda, foi constituído ontem um grupo de trabalho que decidirá a participação do Paraná no conclave nacional dos publicitários, que será realizado de 17 a 20 de abril, em São Paulo. O grupo de trabalho do Paraná é constituído por representantes de agências de propaganda, profissionais da área da criação e mídia além de veículos, restando somente a escolha de um anunciante. Integram este grupo Rafael de Lala, como coordenador, Sérgio Merces, pelo Clube de Criação do Paraná; Silvia Dias de Souza, em nome dos veículos e Luiz Alberto Yoscani, pelo grupo de mídia. Segundo Luiz Celso Piratininga, para a elaboração do documento básico da organização do certame levou-se em consideração o fato de que "o negócio da propaganda, como um todo, não pode ficar ao sabor de modificações cíclicas e episódicas, mas que - ao contrário 0- sua permanência evolução sempre estará na dependência dos procedimentos do mercado e de suas partes.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
29/12/1977

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