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Aramis

A nossa economia (I)

Pela seriedade, credibilidade e importância de que se reveste, a edição anual " Quem é Quem na Economia Brasileira" (visão, 31/ agosto/ 76, 818 páginas, Cr$ 100,00, já nas bancas) exige que, a exemplo do que fazemos desde 1972, destaquemos alguns aspectos de seu exaustivo levantamento nos dados que se referem ao Paraná. Apesar de grande circulação da publicação - verdadeiro livro-de-cabeceira para os mais importantes executivos, uma grande faixa de leitores que não está relacionada diretamente a vida econômica do País, não chega a tomar conhecimento da imensa edição, este ano recorde em número de páginas, o que, cremos, torna oportuno a transcrição e interpretação de alguns dos milhares de dados levantados pela criteriosa equipe que se dedicou durante quase um ano neste trabalho. Comecemos por um setor onde o Paraná aparece com destaque: madeira e artefatos. Embora tenha revelado um crescimento comparativamente bom - o setor caracterizou-se nos últimos dez anos, por oscilações periódicas, causadas sobretudo pela exploração irracional das reservas florestais. Com a demanda crescente da madeira e subprodutos, muitas áreas foram esgotadas pelo abate predatório, não acompanhado de replantio. A floresta das araucárias do Paraná, que durante décadas foi a principal fonte de Pinus do país, está praticamente extinta e as árvores plantadas a partir de 1966 - com estímulo dos incentivos fiscais para o reflorestamento - só estarão prontas para o corte por volta de 1979. Relembram os editores de " Visão" que já em 1963 o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal constatou que o volume de madeira abatida no Paraná naquele ano - 4 milhões de metros cúbicos de madeira sem casca correspondia a dez vezes a capacidade de crescimento anual das florestas paranaenses que cobriam então uma área de 7 milhões de hectares. O ritmo de corte verificado, alertava o IBDF, acarretaria a extinção dos estoques de madeira no período 1974 - 79. Três anos depois, em 1966, o governo federal instituiu o sistema de incentivos fiscais para o reflorestamento pretendendo suprir através dele a lacuna criada pelo esgotamento das reservas naturais. Durante o decênio, o sistema captou recursos da ordem de 5 bilhões de cruzeiros e financiou o plantio de 4,2 bilhões de árvores em 1,7 milhão de hectares. Segundo o I Plano Nacional de Desenvolvimento a demanda de madeira atingirá, em 1980, 34 milhões de m , quase o triplo do consumo verificado em 1970. Essa projeção baseou-se numa estimativa de renda per capita de 688,2 dólares em 1980, quando o País deve atingir uma população de 123 milhões de habitantes, o que resultaria num consumo da ordem de 276,4 m r / 1.000 habitantes. Das 30 maiores empresas de madeiras do País (laminados, compensados e artefatos), nove localizam-se no Paraná. As quatro maiores nacionais são as Duratex e a Eucatex, ambas de São Paulo, de transformação, vindo a seguir as gaúchas Zorzi e Seiva. Com um patrimônio líquido de Cr$ 110. 398. 000. 000, 00 e tendo apresentado um lucro líquido de Cr$ 12. 678. 000, 00 no último período, F. Slaviero & Filhos S/A classifica-se em sétimo lugar. Em seguida aparecem a Imaribo S/A ( 9º), Placas do Paraná S/A ( 11º ), Dissenha S/A ( 12º ), Irmãos Fernandes S/A ( 15º ), Emílio B. Gomes & Filhos S/A ( 20º), Ind. Madereira do Paraná S/A ( 21º ), Berneck & Cia. ( 24º ), Indústrias João José Zattar ( 26º ) e Cia. Bom Pastor de Madeiras ( 31º ). Entre as trinta maiores indústrias móveis e artefatos de decoração, três destacadas presenças do Paraná. Logo abaixo das duas maiores empresas do País - as paulistas Bergamo S/A e Lafer S/A, está a Cimo, com seu patrimônio líquido de Cr$ 58. 708. 000, 00 e lucro líquido declarado de Cr$ 3. 449. 000, 00 no último exercício. Mas, se Móveis Cimo destaca-se em 3º lugar, as 21 posições seguintes são de indústrias de São Paulo ( 13 ), do Rio de Janeiro ( 3 ), Rio Grande do Sul ( 2 ), Ceará, Minas Gerais, Alagoas e Espírito Santo. Com a Oggi, o Paraná reaparece em 24º lugar e, finalmente, a Guellmann, ficou em 29º. As Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A, que apesar do nome tem sua matriz em São Paulo não é a maior empresa de papel e papelão. Com o patrimônio líquido de Cr$ 506. 648. 000, 00 e o lucro líquido de Cr$ 123. 993. 000, 00 no último período, ficou em 4º lugar, abaixo da Aracruz ( RJ ), Suzano e Champiom. A Cocelpa Cia. Celulose Papel Paraná, com seu patrimônio líquido de Cr$ 102. 517. 000, 00 obteve o honroso 15º lugar, enquanto que a Trombini, com patrimônio líquido de Cr$ 25. 473. 000, 00 está em 53º lugar.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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19/09/1976

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