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Aramis

O boneco dourado que ilumina sonhos

Dessa vez, pelo menos três dos cinco filmes que amanhã à noite concorrem ao Oscar já são conhecidos do público: "A Testemunha" permaneceu várias semanas no Condor, no ano passado, retornou posteriormente no Lido I e em breve deve ter uma terceira reprise, caso seja o vencedor. "O Beijo da Mulher Aranha" está lotando o Palace-Itália desde quinta-feira e ali permanecerá no mínimo por dois meses, na previsão de Antoninho Pereira Coelho, o gerente da casa, acostumado ao lançamento de filmes de grande sucesso ("Os Deuses devem estar Loucos", "Amadeus"). Os dois outros filmes indicados - "The Color Purple", de Steven Spielberg, e "Prizzi's Honor" (possivelmente se chamará no Brasil "A Honra da Grande Família"), de John Huston - ainda não tem data para lançamento -, mas por certo não deverão demorar. Afinal, não existe marketing maior em termos de promoção cinematográfica do que a festa do Oscar. Acredita-se que a simples "nomination" de um filme ao troféu vale mais de US$ 1 milhão em publicidade, assim como a premiação no festival de Cannes correspondente a US$ 250 mil. Quem não deixa de comentar a festa do Oscar? Sua popularidade cresceu fantasticamente a partir dos anos 70, com a via satélite, para mais de 100 países, inclusive o Brasil. O jovem sexagenário Quase sexagenário, o Oscar continua apresentando invejável saúde promocional. São centenas de livros publicados sobre estes 59 anos de sua existência - e 57 das cerimônias de entrega dos troféus. Afinal, dois anos após a fundação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood na noite de 16 de maio de 1929, no Hollywood Roosevelt Hotel, durante um banquete foram entregues os 14 primeiros bonecos dourados - doze a categorias criadas na instituição da premiação e dois especiais que foram para a Warner Brothers, pela produção de "O Cantor de Jazz" (1927), o primeiro filme falado e a Charles Chaplin, por sua versatilidade e genialidade como roteirista, ator, diretor e produtor de "O Circo". E se Chaplin foi homenageado na primeira festa do Oscar - correspondente ao período 1927/28 - só voltaria a ser lembrado às vésperas de sua morte, quando, deixando a Suíça, voltou a Hollywood para receber um emocionante prêmio. Como cineasta e ator, a exemplo de tantos outros grandes nomes (só para citar um: Orson Welles), Chaplin nunca teve seu trabalho reconhecido pela Academia. Com 34 centímetros de altura, pesando pouco mais de três quilos, dourado, com um valor real de pouco mais de 150 dólares, o Oscar é o símbolo da indústria cinematográfica. E assim sendo, ao longo de meio século tem tido sua validade contestada, discutida e polemizada - mas ninguém nega que todos que estão ligados aos cinema sonham com esta estatueta, cujo nome, contam seus historiadores, foi dado pela bibliotecária da Academia, Mrs. Margareth Herrick, que, em 1931, comentou: - Ele lembra-me meu tio Oscar! A frase foi publicada por um jornalista e o boneco foi batizado. O homem aludido por Mrs. Herrick era Oscar Pierce, um rico fazendeiro texano e na verdade não era seu tio, mas um primo distante. Entretanto, quando a lenda sobrepõe à história, admite-se a lenda, já dizia o personagem de "O Homem que matou o facínora". LEGENDA FOTO - Harrison Ford (à direita): atração principal de "A Testemunha".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
29
23/03/1986

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