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Aramis

O cantor Érico e os 30 anos de pintura do bom "Espigão"

Érico da Silva, hoje o mais próspero pintor radicado no Paraná e, naturalmente, um dos maiores contribuintes do imposto de renda, já chegou a pensar em abandonar as tintas e se dedicar apenas a sua empresa de construção de piscinas e quadras de tênis, intercalada da música. Catarinense de Itajaí, desde os tempos de vacas magras em que acompanhava circos mambembe pelo sul do Brasil. Érico sempre dedilhou um violão com um repertório que vai de serestas a paródias satíricas, detendo-se, especialmente, no repertório sertanejo. Hoje, um artista consagrado, com uma produção comprada antecipadamente por galerias do eixo Rio-São Paulo, afora agentes na Alemanha e Estados Unidos (em maio, mais uma vez estará expondo em Miami), Érico, por sua vez, mostra aos amigos a sua arte ao violão, com fez na sexta-feira, durante o aniversário de uma colega, a pintora Suzana Lobo. xxx Érico da Silva orgulha-se de ter, há uma década, deslanchado o que chama de "profissionalização da pintura". Homem humilde e que durante mais de 20 anos equilibrava o orçamento doméstico com trabalhos de vitrinista (dos mais competentes, aliás) e decorador, Érico só se projetou em termos de aceitação no mercado ao passar apenas a produzir óleos, com cortes fortes e voltando-se [à] paisagens do sul - mas com um estilo abstrato. Seu sucesso estimulou a colegas como Wilson Andrade e Silva e Alvaro Andrade e Silva e Alvaro Borges, ambos até então dividindo-se entre a publicidade e as tintas, a optarem apenas pela pintura. Alvaro Borges, durante anos o diretor de arte da "house agency" do grupo Hermes Macedo, atualmente se dedica apenas ao seu atelier, com uma produção regular. Wilson Andrade e Silva, o bom Espigão - uma das mais estimadas personalidades curitibanas, no próximo dia 11 de novembro na Acaiaca, estará inaugurando uma individual que promete ser a mais movimentada do ano: a uma comemoração a seus 30 anos de pintura. Paulista da capital, Wilson chegou em 1962 a Curitiba, contratado pela então florescente S. J. De Mello - na época a maior agência de propaganda da cidade, como diretor de arte e criação. Engajado posteriormente na campanha política de Paulo Pimentel, Wilson assessorou o governo do Estado na área de comunicação e substituiu, posteriormente, Ennio Marques Ferreira na direção do então Departamento de Cultura. Nos últimos 9 anos, apesar de namorado por agências de propaganda interessadas em sua criatividade e descartando convites para cargos públicos, Wildon mergulhou em seu atelier no Jardim Social e passou a produzir regularmente. Suas marinhas estão hoje entre as mais valorizaras e dispõe de um esquema organizado de produção. Em 1951, na primeira Bienal, então com 25 anos, Wilson foi um dos jovens artistas aceito na mostra internacional que movimentava o Brasil. Agora, quando a Bienal, artereoclerosada e decadente, realiza a sua 16a edição, Wilson, ao contrário, vigoroso, forte e mais colorido do que nunca, fará a sua individual, comemorativa a três décadas de pintura.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
6
28/10/1981

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