O consulado da Alemanha ficará
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de maio de 1988
O Consulado Geral da República Federal da Alemanha, para os Estados do Paraná e Santa Catarina continuará funcionando. Fomos os primeiros a noticiar que a desativação do mesmo havia sido decidida em Bonn assim como tivemos a alegria de, também em primeira mão, registrar que o Ministério das Relações Exteriores da RFA voltou atrás, após os inúmeros apelos recebidos para que a representação diplomática continuasse operando como faz há mais de 40 anos.
Entre os que se empenharam para que o Consulado não fechasse esteve, o governador Álvaro Dias, como nos informa, pessoalmente, em correspondência (oficio ARG 06777/88, de 5 de maio, que só agora nos chega as mãos) acompanhada de cópias de telex e ofícios mostrando a movimentação da Casa Civil em relação a questão.
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Quando houve a primeira notícia a respeito - publicada neste espaço, no ALMANAQUE, o governo do Estado enviou telex ao ministro das Relações Exteriores da RFA e ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, solicitando a manutenção do consulado da RFA em Curitiba . "Ademais - diz Álvaro - o governador manteve contato pessoal com o Ministro das Relações Exteriores, em Brasília, reiterando apelo para sua interferência junto às autoridades da República Federal da Alemanha, neste mesmo sentido".
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Confirmada a permanência do Consulado, a cônsul-geral Irene Grunder está tranqüila, desenvolvendo as atividades normais da representação, auxiliada pelos três vice-cônsules - Herard Herd, Gabriela Kowal e Maria Reckhorn.
As vice-cônsules Maria e Gabriela encontram-se em Curitiba desde novembro de 1986. Maria Reckhorn veio de Adis-Abeba, na Etiópia, enquanto a Sra. Gabriela Kowal já havia servido no Consulado do Rio de Janeiro.
Irene Grunder é, na história do consulado da Alemanha no Paraná e Santa Catarina, a primeira mulher a assumir esta função, na qual substituiu a Wolf Hasso Kahrn von Maltzahn, velho diplomata, descendente de uma das mais nobres famílias alemãs e que se caracterizou, durante os anos que aqui passou, por uma grande discrição, limitando-se às recepções oficiais - sem aprofundar qualquer laço com a comunidade, ao contrário de seus antecessores - especialmente Kal-Heinz Neumann, hoje na embaixada, em Brasília - mas que, como vice-cônsul, respondeu pelo Consulado Geral em várias oportunidades, substituindo a Kurt-Arthur Schwartze (já falecido) e Hans-George Fein. Anteriormente, por longos períodos, estiveram no comando do Consulado os diplomatas Roland Zimmermann (hoje Embaixador em Cuba) e Helmut Braunert, que se identificou tanto com Curitiba que após se aposentar da carreira diplomática, para aqui retornou.
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Já que falamos em Consulado da Alemanha, é interessante lembrar que o primeiro cônsul de carreira a servir no Paraná foi Jorge de Druzina, entre 1892 a 1898 - quando, inclusive, transferiu a representação diplomática de Paranaguá para Curitiba.
Foi substituído pelo cônsul Emil Baerecke, que permaneceu seis anos. O cônsul seguinte, Eduard Heinze, ao retornar à Alemanha foi substituído pelo vice-cônsul Pistor. O diplomata que o substituiria seria August Feigel, que permaneceu por quatro anos.
Devido a I Guerra Mundial (1914-1917), por três anos o consulado ficou sem titular e, de 1920 a 1927 apenas "encarregados de negócios" responderam pela representação: Wilhelm Schack (5 anos) e Hans Garbers (2 anos).
Finalmente, em 15 de agosto de 1927 assumia um cônsul de carreira. Ludwig Aeldert, que aqui permaneceu até a metade dos anos 30.
Depois viria a II Guerra Mundial, o rompimento do Brasil com a Alemanha e após a passagem de mais dois diplomatas de carreira - cujos nomes não foi possível, ainda, identificar - finalmente o consulado cerrou suas portas - só reabrindo no final dos anos 40.
LEGENDA FOTO - Irene Grunder, a cônsul-geral, e o governador Álvaro Dias
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