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Aramis

O fascículo do Frevo

O pesquisador Leonardo Dantas Silva, secretário de Educação e Cultura de Pernambuco, é um dos intelectuais nordestinos que têm se preocupado em preservar os ritmos do Nordeste - através de importantes edições. Em convênio com a fábrica de discos Rozemblit a antiga Mocambo, que nos anos 60 tinha cobertura nacional mas hoje concentra sua ação apenas no mercado do Norte/Nordeste - Leonardo está lançando a coleção "Ritmos e Danças", com um volume dedicado ao Frevo. São dez páginas coloridas, com textos de Paulo Fernando Craveiro, Gilberto Freyre, Mauro Motta, Mário de Andrade, Edson Rodrigues entre outros que explicam o frevo - sua sociologia, seu significado dentro da cultura popular de Pernambuco. Seis páginas, com didáticas fotos, mostram os passos do Frevo - sem dúvida uma (das( danças mais vibrantes, embora difíceis, é que dá a singularidade ao carnaval de Recife. Um compacto duplo que acompanha a publicação reúne seis históricos frevos: a "Marcha nº 1", do Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas, composto por Matias da Rocha, pelos idos de 1889; "As Três da Tarde", frevo-coqueiro de Livio Francisco da Silva; "Gostosão", frevo do maestro Nelson Ferreira (1902 - 1976); "A Província", marcha do Clube Lenhadores, composta por Juvenal Brasil em 1905; "Último Dia", composto em outubro de 1950 e um dos mais executados frevos de Levino Ferreira e "Fogão" de Sérgio Lisboa. O frevo, ritmo popular ainda hoje em franca evolução, tem suas origens nos repertórios das bandas musicais existentes no Recife da segunda metade do século XIX, resultado da combinação do dobrado, da polca, da modinha, maxixe e quadrilha. Denominado inicialmente de "marcha" e, posteriormente, de "marcha-carnavalesca - Pernambucana" e, por alguns compositores até anos bem próximos de "marcha-frevo", este ritmo brasileiríssimo tem, em algumas ocasiões, alcançado sucesso nacional, quando aproveitado por compositores como Edu Lobo, Caetano Veloso e Maranhão. Um (dos( mais notáveis autores de frevos, o mestre Capiba (Lourenço da Fonseca Barbosa), disse (numa( ocasião: "Vivemos uma época de vibração e comunicação e, sendo assim, nada melhor que o frevo para aproximar nossos irmãos. O frevo é ritmo comunicativo, que, nasceu do povo, para o povo; e é por isso que ele está aproximando todos os brasileiros numa só "onda", num só "passo", ao som do vibrante ritmo sincopado que nasceu em Pernambuco.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
03/08/1977

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