Login do usuário

Aramis

O grande Anibal e seu conto cinematográfico

Poucos escritores brasileiros deixaram uma obra de tamanho ternura e emoção como Anibal Machado. O transcurso do 20º aniversário de sua morte - 19 de janeiro de 1964 - fez com que se voltasse a editá-los, hoje mais do que nunca sempre atuais e de deliciosa leitura. Mineiro de Sabará (9/12/1894), Anibal Monteiro Machado foi além de escritor, uma personalidade das mais influentes na vida literaria do Rio de Janeiro. Em sua confortável residência reuniam-se intelectuais, artistas e escritores no convívio dos mais importantes. Pai de seis filhas - uma delas, a dramaturga Maria Clara Machado - Anibal deixou principalmente muitos contos e um romance, sem dúvida uma obra-prima - "João Ternura", publicada postumamente ainda em 1964. Home apaixonado pelo cinema - não é sem razão que seu primeiro trabalho publicado foi o texto da conferência que fez no Instituto Brasil-Estados Unidos, em 1941 sobre "O Cinema e Sua Infância na Vida Moderna", 4 contos de Anibal já foram filmados: A Morte da Porta-Estandarte", em 1962, por Carlos Hugo Christensen no filme "Esse Rio que eu amo" (que trazia também contos de Machado de Assis e Origenes Lessa); o mesmo Christensen, levaria ao cinema dois outros de seus melhores contos: "Viagem aos seis de Duilia"(1965) e "O Menino e o Vento" (1968). Em 1973, ao estrear como diretor de longa-metragem, Bruno Barreto, com apenas 18 anos, levou a tela "Tati", baseada em "Tati, a Garota". Um escritor de estilo precioso, pode-se dizer cinematográfico, profundamente lírico, tem agora "A Morte da Porta-Estandarte", em 12ª edição (José Olympio, 280 páginas, capa de Jair Pinto, Cr$ 25.700). A priemira vez que este [clássico] conto de universo carnavalesco carioca foi publicado foi em 1944, incluindo no volume "Histórias Reunidas". Agora, num só volume, temos o melhor da produçào de Anibal Machado em estórias curtas: "O Iniciado do Vento" (que baseou o filme "O Menino e o Vento"), "Viagem aos [Seis] de Duília", "O Defunto Inaugural", "O Ascensorista", "O Desfile dos Chapéus", "Monólogo de Tuquinha Batista", "O Homem alto", "O Telegrama de Ataxerxes", "Acontecimentos em Vila feliz"; "O Piano", "Tati, Garota" e "A Morte da Porta-Estandarte". Em apêndice, temos "O Rato, o Guardo Civil e o Transatlântico" e, encerrando, a emocionante "Balada em prosa de Anibal M. Machado", na qual seu amigo Carlos Drumond de Andrade, que, com tanta emoção, registrou a sua morte, dizendo que a morte o levou na [tranqüilidade] de um diálogo,"ele com sua boina, ela com sua foice enrustida", pois ele deixou [seus contos, poemas, telefonemas, em Chaplim seu irmão mais velho; em João Ternuram seu irmão mais moço.] LEGENDA FOTO - Anibal Machado
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Leitura
46
11/08/1985

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br