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Aramis

O mar e o céu nas cores do bom João

João Osório Berzezinski teve uma prova de quanto é estimado e admirado na cidade. Sua individual, com novos trabalhos - óleos com a temática Ilha do Mel e cercanias - fez com que a nova sede da Casabranka Galeria de Arte (rua Euclides da Cunha, 965, Bigorrilho) fosse pequena para a multidão que foi abraçá-lo. Não só o abraço, como o interesse por seus quadros, para a alegria da marchand Letticia que, no final da vernissage, colocava a identificação de "vendido" em sete dos vinte trabalhos em exposição. Aos 47 anos, maduro e firme em sua arte, João Osório volta em dose dupla: enquanto na Casabranka estão seus trabalhos recentes, reflexo de suas andanças pelo litoral paranaense, na galeria Banestado (hoje, 20 horas), inaugura uma retrospectiva de desenhos com trabalhos que cobrem quase 30 anos de intimidade com lápis e papel. xxx Paranaense de Castro, professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, integrando o movimento das artes plásticas desde o final dos anos 50 - ao lado de Fernando Calderari, Fernando Velloso e outros pintores que deram o sopro de renovação tão necessário há quase três décadas, João Osório "transitou pelos mais difíceis caminhos da linguagem contemporânea, inovando, agitando e provocando nos espectadores, sempre da forma mais irreverente e inesperada, reações controvertidas e polêmicas", como diz seu amigo Velloso na apresentação do catálogo, acrescentando: "Usou em grande parte de sua carreira artística, a escrita não figurativa, tanto na pintura quanto no desenho, de maneira bastante peculiar e pessoal". Apaixonado pelo espaço - obteve o brevê ainda adolescente e foi o pioneiro na prática da asa delta no Paraná - João Osório tem visto a Serra do Mar de uma forma muito especial. Sua nova fase reflete uma paixão ecológica pelo litoral, sem esquecer o espaço - cenários diversos daquele período em que, com muita criatividade, utilizava os sacos de aniagem como integrante da textura de suas telas - o que fez um de seus grandes amigos, o publicitário Jamil Snege, cunhar a expressão: "Obra do Stopinski". Velloso lembra que "no período em que produzia obras de cunho nitidamente abstrato, significativas principalmente pelo competente uso da textura e da colagem, facilmente o público e a crítica identificavam a fonte vertente de inspiração, nascida da paixão do artista pelos Vôos, primeiramente em pequenos aviões e, mais tarde, em planadores, asas deltas e ultraleves. Era a transcrição, de forma não figurativa, da visão aérea da Terra, introduzindo uma inabitual perspectiva das coisas". LEGENDA FOTO - João Osório: óleos na Casabranka e retrospectiva de desenhos na galeria Banestado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
23/09/1988

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