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Aramis

O mito James Dean

No ano de vigésimo aniversário de morte do ator James Dean (8/12/1931 - 30/9/1955), quando a Warner Brothers relança no Brasil o seu primeiro longametragem como ator principal (Vidas Amargas /East Of Edem, 1954, de Elia Kazan) e promete para breve a reprise de "Juventude Transviada" (Rebel Without A Cause, 1955, de Nicholas Ray), a Rede Globo de Televisão exibe hoje (Canal 4, 23 horas) o terceiro e mais famoso dos três principais filmes estrelados pelo mitológico ator dos anos cinqüenta: "Assim Caminha a Humanidade" (Giant, 1955, de George Stevens). É impressionante o número de jovens que, tão logo o Canal 4 anunciou a apresentação deste filme, alterou sua programação para a noite de hoje. A tal ponto que o próprio diretor artístico da Fundação Teatro Guaíra, Antonio Carlos Guerber, chegou a pensar em tentar conseguir um adiamento na projeção - impossível, já que se trata de exibição nacional, via Embratel - pois foram centenas de espectadores que cancelaram o programa inicial, igualmente atraente: o espetáculo de Elizeth Cardoso e conjunto de Moacyr Silva, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, em [seqüência] ao festival Os Melhores da MPB. Se há vinte anos, quando James Dean morreu no acidente em que o seu Porsche Spyder chocou-se com um automóvel Plymouth na estrada 466, há 12 km de Salinas, houve uma comoção no diluído (mais ainda, então, existente) Star System de Hollywood - comparável apenas ao que havia ocorrido 29 anos antes, quando da morte de Rodolfo Valentino (1895-1926) - é sintomático que hoje, vinte anos depois, entre uma juventude totalmente diferente da que curtiu o mito-Dean nos anos cinqüenta venha a se interessar em conhecer "Giant", justamente o mais comercial de seus três marcantes filmes realizados em menos de dois anos de jovem astro da Warner Brothers. A partir de novembro de 1955, houve uma florescente industria em torno do mito James Dean, não apenas nos EUA, mas em vários países ocidentais. No Brasil, onde seus filmes só chegaram a partir de 1956, foram editadas dezenas de revistas e livros com sua biografia e mesmo a Copacabana chegou a lançar um elepê reunindo músicas de seus filmes - numa época em que as gravadoras eram ainda mais relutantes em prensar discos com sound-tracks. Se "Vidas Amargas", em seu lançamento no extinto Cine Luz (16/12/1939-26/4/1961), passou quase desapercebido em termos de sensacionalismo, "Juventude Transviada" já veio precedido de toda uma polêmica criada em torno do modismo que o filme de Nicholas Ray havia provocado (blusões, motocas, acusações moralistas contra o seu tema), o que levou os comissários de menores a serem extremamente severos no exame da documentação dos garotos que pretendiam ver o discutido filme, em sua estréia no também extinto cine Palácio. "Assim Caminha a Humanidade", que George Stevens realizou inspirado no romance de Edner Ferber, numa produção tumultuada e que se alongou vários meses, também teve um lançamento confuso em Curitiba. O exibidor Henrique Oliva, frente aos 70% exibidos pela Warner sobre o faturamento bruto do filme, decidiu aumentar o preço do ingresso, com o que não concordou a então atuante UPE. "Filas-bobas" de estudante se formaram defronte ao cinema e o filme acabou não sendo lançado na quinta-feira prevista, 11 de julho de 1957, sendo substituído por um importante filme de Elia Kazan: "Um Rosto na Multidão" (A Face In The Crowd, 57, da novela de Budd Schulberg), que nunca mais voltaria a ser exibido em Curitiba. "Giant", em compensação, teve meses depois uma estréia tranqüila e por duas vezes voltou a ser reprisado no mesmo cine Palácio - sempre com sucesso de público. E hoje, na exibição pelo Canal 4, deverá ter uma das maiores audiências já obtidas por um filme. Merecidamente! LEGENDA : Dean
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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25/02/1975
Gostei muito da materia sobre James Jean e gostaria de anexar esta pagina ao meu blog, ja que acabei de postar Giant.

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