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Aramis

O mundo mágico de Tihany (II)

Roberto Muggiati, curitibano que depois de correr o mundo - Nova Iorque, Londres, Paris, China (foi o primeiro jornalista brasileiro a escrever um livro sobre aquele país, após Mao Tse-Tung) se fixou no Rio de Janeiro, onde dirige a revista "Manchete", foi sempre um atualizado e apaixonado pesquisador musical. Quando ainda morava em Curitiba, no final dos anos 50 - trabalhando na "Gazeta do Povo", na saudosa boemia após o fechamento do jornal, percorria as então animadas boites da cidade, para descobrir talentos musicais. Foi - e é preciso que se registre isto - o primeiro a valorizar o excelente Raulzinho, então sargento (indisciplinado) da banda de música da EOEG e (aplicado) jazzista na madrugada - Raulzinho - hoje mora nos Estados Unidos, onde é reconhecido como um dos grandes trombonistas de vara. Muggiati é o autor de "História do Rock", obra encomendada por Mauricio Kubrusly, editor da "Som Três", para publicação em quatro volumes - vendidos em fascículos (Cr$ 700,00 o número um, nas bancas há um mas), o primeiro volume abrange os anos heróicos (1954/1959), ao qual se seguirão "Os Anos de Ouro" (1962/1966); "Os Anos de Utopia" (1967/70) e "Os Anos da Incerteza" (1970/1980). Há sete anos, Roberto já havia escrito o mais lúcido estudo sobre a música pop - "Rock - "O Grito e o Mito" (Editora Vozes, duas edições) e para a Brasiliense fez "O que é Jazz". xxx A distribuição da Editora Três, em Curitiba, está prejudicando colecionadores de suas publicações. Por exemplo, o Dicionário Biográfico Universal foi lançado há vários meses e simplesmente deixou de ter seus fascículos distribuídos em várias bancas. Numa das mais centrais (Rua Westphalen, 16, ao lado do Museu de Arte Contemporânea e pertence ao sr. Heitor Andrade) somente foram vendidos os números 1, 2 e 3. Em poucas outras chegaram os números seguintes - e assim mesmo com urna grande defasagem sobre as outras Capitais. Em São Paulo a coleção já está no 20o número, enquanto cm Curitiba só chegaram os 13 primeiros exemplares. Com isto, os que iniciaram a coleção são prejudicados. Aliás, o alto custo dos fascículos e discos vendidos em bancas, faz com que diminua cada vez mais os que vêm colecionando estas publicações. Hoje quem pretende acompanhar os lançamentos em fascículos acaba gastando mais de Cr$ 50 mil ao mês. Ou seja, o que era popular se tornou proibitivo à classe média.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
12
06/09/1983

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