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Aramis

O nosso (pobre) Barroco

A pobreza artística do Sul, em especial do Paraná, pode ser sentida com a leitura de "O Barroco no Brasil" (Psicologia/Remanescentes), que numa edição pouco comum em nossos tempos, em alentado volume de 314 páginas, formato 27x18 cm, acaba de ser lançado pela Melhoramentos, em convênio com a Editora da Universidade de São Paulo. Analisando o Barroco nos Estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o autor, Eduardo Etzel dedica apenas 2 (duas) páginas ao Barroco do Estado do Paraná, o que demonstra a limitação deste estilo entre nós - e o que deve conscientizar ainda mais os responsáveis pelo nosso Patrimônio Histórico da importância de se preservar o pouco que temos. E que resta! xxx Etsel indica exemplos de obras barrocas existentes no Paraná em apenas três cidades: Paranaguá, Guaratuba e Lapa. De Paranaguá, destaca o Convento dos Jesuítas, a Igreja da Ordem-3ª de São Francisco e a Igreja de São Benedito. O Convento, edificado em 1755, hoje é museu local, enquanto a Igreja de São Francisco, em ruínas está em projeto de restauração pelo Patrimônio Histórico e Artístico, com projeto do arquiteto Cyro Lyra Corrêa de Oliveira, escreve Etzel: "Esta pequena igreja é, assevera-se, de 1710. No aspecto arquitetônico prevalece o estilo colonial com laivos barrocos na curvatura do frontão". Depois de detalhar o Alto-mor da Igreja, o pesquisador afirma: "O conjunto pobre destes remanescentes barrocos lembra a Igreja do Ferreiro, de Goiás, GO". xxx Sobre Guaratuba, destaca a Igreja Matriz de São Luiz, hoje bastante alterada, conforme já noticiamos nesta coluna, apesar do alertamento que o arquiteto Sergio Todeschini Alves, diretor do DPHA - SEC tentou fazer. Finalmente, a Igreja Matriz da Lapa é comparada com a de Guaratuba, mas, "seu interior, porém, é destituido de interesse para o estudo do barroco". Mais adiante, salienta com relação à Matriz de Santo Antônio, construída em fins do século XVIII: "o estilo que ostenta e a sua sólida construção de taipa parecem ter superado às várias reformas por que passou e monstram um barroco simples, sem pretensões, mas dentro do estilo das construções da época.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
04/10/1974

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