O polo petroquímico
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de outubro de 1974
Reconhecido como um dos mais gabaritados técnicos em planejamento, o engenheiro-químico Ricardo H. Kozak foi o coordenador da equipe técnica responsável pelo estudo da implantação de indústrias petroquímicas no Paraná - trabalho do mais alto nível e que veio dar um reforço [às] pretensões do Badep em tentar trazer para a região metropolitana de Curitiba o terceiro Polo Petroquímico do País. O presidente do Banco de Desenvolvimento do Paraná, economista Luiz Antônio Fayet, tem sido mineiramente previdente na coordenação deste projeto - em especial em sua divulgação em nível nacional, pois sabe das [múltiplas] implicações (e naturais interesses de outras regiões) para conseguir do Governo Federal a escolha do local ideal para um investimento de tal ordem - no total ao redor de um bilhão de dólares, soma que nem toda a iniciativa privada do Estado teria condições de suportar. Pouco a pouco, com muita cautela, o Badep começa a dizer as suas sólidas razões porque acredita que tem a região metropolitana de Curitiba - não se cogitou ainda o local em que se localizaria o Polo, mas evidentemente teria que ser próximo a Araucária, onde a Petrobrás, [contrói] a Refinaria Presidente Getúlio Vargas - [reúne] condições ideais. No número 43 da Revista Paranaense de Desenvolvimento (julho/agosto/74), que só agora o Badep está distribuindo aos [círculos] econômicos-políticos do País, em 27 páginas, Kosak, de uma forma didática e clara aos não iniciados, faz um resumo de seu importante trabalho. A construção da Refinaria da Petrobrás em Araucária veio abrir os olhos dos paranaenses para este novo campo, (o das indústrias petroquímicas). Considerando-se peso relativo que a economia do Sul do País representa na economia brasileira, quer em termos de demanda efetiva, quer em termos de população e renda gerada, e considerando-se que a REPAR está em localização geográfica extremamente favorável, o Badep levantou os pontos fundamentais porque o Paraná pode reinvidicar sediar o terceiro polo petroquímico do País: considerando o grande deficit de produtos petroquímicos previsto para o ano de 1980 e uma análise da situação de oferta de matérias-primas petroquímicas no Brasil. Essa análise mostrou que os fluxos líquidos, desde a falta de destilação direta até os gasóleos de vácuo, provenientes do refino de petróleo, deverão servir de base para a implantação de novo complexo petroquímico do País. E a REPAR tem capacidade para atender tal demanda, pois poderá fornecer correntes líquidas (nafta e gasóleo) em quantidades ótimas para a produção de olefinas e de aromáticas sem que corresponda a uma profunda modificação em sua estrutura de produção de combustíveis, com vista de uma peculiaridade apresentada pela refinaria, (a de possuir elevada capacidade de craqueamento catalítico).
LEGENDA FOTO: Fayet
Enviar novo comentário